Ministério da Justiça envia imagens dos ataques do 8 de Janeiro à CPMI

PF encaminhou ao Senado material que mostra a movimentação capturada pelo circuito interno e externo do Palácio da Justiça

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Ministério da Justiça enviou, nesta quarta-feira, as imagens das câmeras de segurança do Palácio da Justiça à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. O prédio fica próximo à praça dos Três Poderes, onde aconteceram os atos de violência. A Polícia Federal levou o material ao Senado, e a CPMI espera que a gravação revele novos fatos e colabore com as investigações.

No início deste mês, a CPMI deu prazo de 48 horas ao ministro da Justiça, Flávio Dino, para fornecer as gravações. Após esse tempo, Dino informou ao colegiado que dependia de permissão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para enviar o material solicitado pelo colegiado.

Nessa segunda-feira, Moraes respondeu ao pedido e autorizou a liberação das imagens, feitas por câmeras de segurança internas e externas da sede da pasta.

Depoimento à CPMI
O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres prestou depoimento à CPMI nessa terça-feira e respondeu às perguntas dos parlamentares, mesmo protegido por um habeas corpus que o permitia ficar em silêncio. A minuta do golpe e uma discussão entre parlamentares foram os destaques da sessão.

Torres era o responsável pelo esquema de segurança de Brasília e da Esplanada dos Ministérios no dia dos ataques às sedes dos Três Poderes. O ex-ministro chegou a ser preso durante 117 dias, por supostamente ter se omitido durante os atos de vandalismo, e conseguiu a liberdade provisória em maio. Ele nega ter facilitado a violência da manifestação.

O ex-secretário afirmou que “houve falha grave na execução do Protocolo de Ações Integradas (PAI)”, o que acarretou as invasões. “Se o protocolo fosse seguido à risca, seríamos poupados dos lamentáveis atos do dia 8 de janeiro”, disse.

Ainda segundo Torres, “até o dia 6 [de janeiro] à noite não teve qualquer informação oficial indicando que haveria ações radicais no dia 8. Mesmo assim, o PAI seria colocado em ação nos seus mínimos detalhes. Esta era a determinação”, assegurou.