O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) vai investigar o envio de informações sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Os dados partiram da própria pasta, entre os dias 6 e 13 de março deste ano, e envolvem agendas e compromissos do petista dentro e fora do país.
Os militares envolvidos no episódio foram afastados do trabalho e serão desligados da Presidência da República, afirmou a pasta, chefiada pelo general Marcos Antônio Amaro dos Santos, em um comunicado. As mensagens foram encontradas na lixeira do email de Cid, que não as apagou de forma definitiva.
Cid recebeu informações sobre a segurança de Lula em eventos em Brasília (DF), Foz do Iguaçu (PR) e Boa Vista (RR), além de Pequim e Xangai, na China. Os emails foram enviados por Márcio Alex, do Exército, e por Dione Jefferson Freire e Rogério Dias Souza, ambos da Marinha. Os militares eram ligados ao GSI desde a gestão de Bolsonaro.
Na época em que recebeu as informações de Lula, Cid e o ex-presidente permaneciam nos Estados Unidos. Bolsonaro deixou o Brasil ainda em dezembro, antes de passar a faixa presidencial ao petista. As trocas de mensagens do ex-ajudante de ordens se tornaram objeto de investigação na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.
Mensagens de email em posse da comissão sugerem que Cid tentou, inclusive, vender um relógio da marca de luxo Rolex recebido por Bolsonaro em uma viagem oficial à Arábia Saudita. Diante das revelações, parlamentares levantaram a possibilidade de uma nova convocação do ex-ajudante de ordens ao colegiado do Congresso Nacional.
A reportagem do R7 tenta contato com Mauro Cid. O espaço está aberto para manifestação.