A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, se reuniu nesta segunda-feira, em São Paulo, com o economista Marcio Pochmann, indicado para a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O primeiro encontro entre os dois ocorreu após o desconforto criado com a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sem o aval prévio de Tebet.
Entre os assuntos debatidos, as preocupações comuns sobre a acelerada mudança demográfica brasileira revelada pelo Censo 2022 e os desafios para o futuro do país. Além disso, eles discutiram a agenda inicial de trabalho para o órgão.
De acordo com o comunicado, a data da posse de Pochmann vai ser marcada para depois da divulgação do Censo Indígena, prevista para 7 de agosto, em Belém (PA). Atualmente, o IBGE está sob a presidência interina de Cimar Azeredo.
Pochmann é pós-graduado em ciências políticas pela Associação de Ensino Superior do Distrito Federal, doutor em ciência econômica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho. O economista presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre 2007 e 2012, e também a Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, entre 2012 e 2020. Atualmente, preside o Instituto Lula, com sede em São Paulo.
Desconforto
O encontro entre Tebet e Pochmann ocorreu após o ruído criado com o nome escolhido por Lula. Na última semana, a ministra do Planejamento e Orçamento afirmou ter sido um “erro de comunicação” o anúncio de que o economista havia sido indicado à presidência do órgão. A divulgação coube ao ministro da Secretaria da Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta.
“Foi um desencontro de informação do ministro, de ter achado que o nome já estava pronto para ser anunciado, quando eu teria uma conversa com o presidente Lula”, disse Tebet, que minimizou o desconforto causado pelo anúncio antecipado do nome de Pochmann. “Imagina se uma falha de comunicação vai atrapalhar um trabalho que mal começou ainda”, completou.
A nomeação do economista vinha sofrendo resistência de uma ala do Ministério do Planejamento e Orçamento, que viu ingerência na pasta comandada por Tebet. Entidade da administração pública federal com quatro diretorias e dois outros órgãos, o IBGE está vinculado ao ministério de Tebet.Ministra e Marcio Pochmann definiram a posse para depois do Censo Indígena, previsto para 7 de agosto