Inadimplência de junho sobe 2,3 pontos percentuais em 12 meses, diz CDL Porto Alegre

Contingente de inadimplentes pessoas físicas atingiu 2,628 milhões no estado

Crédito: Freepik

O Indicador de Inadimplência CDL Porto Alegre, que divulga dados de pessoas físicas com limitação em crédito, cheque, protesto, mostra que as pessoas físicas inadimplentes somaram 30,91% no Rio Grande do Sul e 33,93% em Porto Alegre no mês de junho deste ano. Com um aumento próximo a 0,3 ponto percentual em comparação a maio, o indicador de junho atingiu o maior patamar da série histórica e, em ambas as localidades, seguem com tendência de elevação.  

Na comparação com junho de 2022, o aumento é de 2,3 pontos percentuais para o indicador em Porto Alegre e 1,6 ponto percentual no caso do Rio Grande do Sul. Ao todo, o contingente de inadimplentes pessoas físicas atingiu 2,628 milhões no estado e 353,2 mil em POA no mês passado. Entre maio e junho de 2023, 22,9 mil gaúchos ingressaram no grupo, sendo 2.915 porto-alegrenses.

A Assessoria Econômica da CDL POA ressalta que as estatísticas foram atualizadas de acordo com o Censo 2022, relativas ao total da população do estado (10.880.506) e da capital gaúcha (1.332.570), com o objetivo de recalcular, inclusive de forma retroativa, as estimativas para o número absoluto de negativados

PERSPECTIVAS 

O economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, aponta que a desaceleração da inflação, o iminente ciclo de redução da Taxa Selic, a recente ampliação do benefício médio pago via Bolsa Família e a resiliência do mercado de trabalho são vetores positivos para o balanço financeiro dos consumidores.

“No entanto, vemos o cenário desafiador no curto prazo, sobretudo enquanto não verificarmos a consolidação dos efeitos do recuo dos juros básicos da economia e do Programa Desenrola, do Governo Federal. Sobre a Taxa Selic, mesmo com um eventual corte já na reunião do COPOM de agosto, o resultado sobre a negativação não será imediato. Mudanças na política monetária costumam levar de dois a três trimestres até seu impacto pleno. Além disso, a velocidade das quedas deve ser lenta e gradual. No caso específico do RS, ainda temos os desdobramentos da estiagem severa da safra de grãos de verão. O evento climático adverso é uma das hipóteses que ajuda a explicar o porquê nossa taxa de inadimplência vem superando o patamar nacional desde abril”, diz Frank.

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