Após três dias de greve, os rodoviários entraram em acordo com os empregadores e decidiram pelo fim da mobilização da categoria nesta segunda-feira. Em reunião com os empregadores, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários Intermunicipais da Região Metropolitana (Sindimetropolitano) aceitaram a proposta de reajuste salarial de 6% referente ao dissídio de 2023. O aumento será pago em duas parcelas: 3% retroativo a 1 de junho e a segunda de 3% na folha de agosto. O valor do tíquete alimentação também passa de R$ 35,00 para R$ 37,00.
O secretário do Sindimetropolitano, Alessandro Araújo, explica que o acordo determina que o reajuste para a categoria não será vinculado ao aumento da tarifa da passagem. “Estamos muito satisfeitos com o acordo. Agora vamos orientar os trabalhadores a retornarem aos postos de trabalho a partir do começo da tarde. Conforme Araújo, apenas 30% da frota estava nas ruas nesta segunda-feira”, afirma. A decisão ocorre no mesmo dia que o vice-governador Gabriel Souza confirmou a decisão do pagamento integral de um auxílio emergencial às empresas de transporte metropolitano, a título de compensação pelo aumento do diesel, no valor de R$ 42 milhões.
Por conta da paralisação parcial, os usuários relatam que desde às 6h30min os ônibus chegam lotados nas paradas de Cachoeirinha. É o caso do gerente Tales da Silva Fagundes, 30. Ele trabalha em uma loja no centro de Porto Alegre. “A sorte é que a minha loja tem dois gerentes. Estou desde 6h30min esperando ônibus. Passaram alguns mas todos lotados. Eu poderia pegar qualquer um, mas estava tudo lotado”, afirma. A medida atinge sete municípios gaúchos (Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Glorinha, Gravataí, Nova Santa Rita e Viamão), com 50% da frota atuando nos horários de pico (5h30min às 9h e das 16h30min às 19h) e 30% dos veículos em circulação nos demais períodos. Conforme Fagundes, a parada ficou lotada até 9h.
“O pessoal começou a entrar nos ônibus mesmo lotados. Tinha gente saindo pela porta. Pessoal entrando de qualquer jeito”, relata. Sexta-feira estava ruim, mas não estava igual a hoje”, completa. A doméstica Eloí de Oliveira Luz, 65, saiu de casa às 7h30min. Às 9h, seguia à espera de um ônibus na parada 59, em Cachoeirinha. Ela trabalha no bairro Menino Deus, em Porto Alegre. “Já avisei que vou chegar atrasada hoje, não tem como chegar”, afirma. Eloí avalia que a reivindicação dos rodoviários é justa. “Eles são trabalhadores e precisam de aumento, mas a gente que depende dos ônibus sofre”, destaca. Ela diz que sexta-feira foi mais tranquilo. “Hoje vou ter que pegar duas conduções para ir ao serviço”, ressalta.