A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou, nesta segunda-feira, à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma queixa-crime contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). A medida resulta de uma entrevista concedida pelo parlamentar a um programa de podcast (material em áudio disponível em dispositivos com acesso à internet), na semana passada. Segundo a AGU, Gayer associou africanos a pessoas com baixo quociente de inteligência (QI). Durante a conversa com o apresentador Rodrigo Barbosa Arantes, o deputado disse que a população daquele continente não consegue viver em um regime democrático.
Para a AGU, as declarações do deputado foram discriminatórias. “A manifestação é claramente discriminatória, pois diferencia a capacidade cognitiva de seres humanos considerando a origem africana, continente em que sabidamente a maioria da população é negra, concluindo que não teriam aptidão para compreender regime democrático”, concluiu o órgão.
Cabe, agora, ao procurador-geral da República, Augusto Aras, avaliar a notícia-crime. O documento foi elaborado pela Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD).
Defesa
Em vídeo publicado nas redes sociais, Gayer disse que trechos da entrevista foram tirados de contexto e publicados na internet. O parlamentar afirmou ter feito comentários sobre a qualidade da educação e subnutrição no continente, fatores que, segundo ele, interferem no QI da população.