Dino manda suspender perfis regionais da PF e PRF, após pedido de doação para Bolsonaro

Segundo a PRF, postagem era parte de ataque hacker

Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

O ministro da Justiça, Flávio Dino, comunicou em redes sociais, nesta quinta-feira, que determinou a suspensão dos perfis regionais da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para “análise da segurança” após um ataque hacker às páginas das corporações.

Uma investigação vai ser instaurada para apurar o ocorrido. “Em face da alegada invasão de perfil regional da PRF em Sergipe, inclusive com troca da senha, estou determinando a suspensão dos perfis regionais da PF e da PRF para análise da segurança, permanecendo somente os perfis nacionais nas redes sociais. Quanto à retirada do ar da postagem criminosa, a PRF está com providências em andamento”, publicou Dino.

Por volta das 4h desta quinta, o perfil da PRF de Sergipe publicou uma postagem em rede social pedindo doações via Pix para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O texto alega que a equipe da polícia “decidiu colaborar com a causa” do ex-presidente, divulgando um QR Code para o envio de dinheiro.

Em nota, a PRF afirmou que a publicação era parte de um ataque hacker, e que não pede doações de qualquer espécie para pessoas públicas ou partidos políticos. “A PRF informa que apura o ocorrido para tomar as providências necessárias, a fim de cessar esta e futuras investidas criminosas”, menciona o texto.

Vaquinha e julgamento
Recebendo um salário de R$ 39 mil como presidente de honra do PL, além de aposentadorias do Exército e da Câmara dos Deputados, Jair Bolsonaro conta com uma renda mensal de mais de R$ 75 mil. Ainda assim, desde a última sexta-feira, deputados e influenciadores vêm divulgando em suas redes sociais uma campanha de “vaquinha” para ajudar o ex-presidente a pagar multas judiciais de mais de R$ 1 milhão.

O ex-presidente está sendo julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta (29) em ação que pode torná-lo inelegível. A ação apura a conduta de Bolsonaro durante reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado. Na ocasião, ele atacou o sistema eleitoral brasileiro e levantou suspeitas sobre as urnas eletrônicas, sem apresentar provas.