O chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, anunciou no sábado (24) que seus homens, que estavam indo para Moscou, vindos do sudoeste da Rússia, estão “voltando” para seus acampamentos para evitar um banho de sangue.
“Agora é a hora em que o sangue pode correr. É por isso que nossas colunas dão meia-volta e voltam na direção oposta para retornar aos acampamentos”, disse Prigozhin em um áudio publicado no Telegram.
Com a ofensiva, as pessoas que circulam pela capital russa observam o Kremlin cercado por veículos militares e tapumes de proteção, com diversos agentes policiais ao redor dos prédios da administração presidencial.
Horas antes, as autoridades russas acusaram o chefe da milícia privada Wagner de organizar um motim armado depois que ele prometeu vingar o que alegou ter sido a morte de 2.000 de seus combatentes pelo Exército russo.
Há meses, Prigozhin tem se envolvido em uma disputa pelo poder com os comandos militares russos, os quais responsabiliza pelas baixas em suas tropas no leste da Ucrânia. Em várias ocasiões, ele acusou o Exército russo de não equipar suficientemente seus mercenários ou de dificultar seus avanços com trâmites burocráticos, além de atribuir a si vitórias que, na verdade, foram obtidas graças aos combatentes do Wagner.
Neste sábado, Prigozhin acusou o comando militar russo de ordenar bombardeios contra as bases de seu grupo paramilitar e de ter matado muitos de seus combatentes. O líder do grupo Wagner afirmou que é preciso “frear” as lideranças militares russas e prometeu “ir até o final”.