O presidente da Argentina, Alberto Fernández, desembarca no Brasil na manhã de segunda-feira para se encontrar pela quinta vez com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste ano. A visita oficial é continuidade da agenda entre os dois países e responde a convite feito por Lula quando esteve na Argentina, em 23 de janeiro.
Pela primeira vez, Fernández visita o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). A agenda de Lula com o presidente argentino ocorre na esteira de uma carta divulgada nessa quinta-feira em defesa do país vizinho, que enfrenta uma crise econômica com inflação a mais de 114% em 12 meses.
No documento, publicado pelo Itamaraty, os líderes do Brasil, México, Colômbia, Chile, Bolívia e Paraguai solicitaram ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apoio à Argentina junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para alterar as condições de refinanciamento do empréstimo vigente de R$ 215 bilhões (US$ 45 bilhões). O objetivo é evitar a inadimplência do país sul-americano.
Lula e os outros presidentes, a maioria de centro-esquerda, entendem ser “possível encontrar uma solução consensual” que permita à Argentina superar a complexa situação econômica. “Não é viável nem desejável que as demandas que não considerem devidamente a mudança de circunstâncias mergulhem a Argentina em uma crise desnecessária”, sustenta o texto.
Em viagem à Europa, durante discurso na cúpula sobre o Novo Pacto de Financiamento Global, em Paris, na França, Lula criticou as exigências feitas pela União Europeia para finalizar o acordo comercial com o Mercosul. O brasileiro busca apoio para impulsionar o tratado comercial e propõe moedas alternativas ao dólar para o comércio internacional.