Famurs estima que prejuízos com ciclone poderão alcançar R$ 1 bilhão no RS

Em encontro de prefeitos, chefe do Executivo de São Leopoldo confirmou criação de carta com proposições e envio ao presidente Lula

Foto: Divulgação/Famurs

O presidente da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi, disse nesta sexta-feira acreditar que os prejuízos causados pelo ciclone extratropical no Estado podem chegar a R$ 1 bilhão. A declaração foi feita antes da reunião na sede da entidade, em Porto Alegre, com municípios mais afetados pela tragédia da semana passada. Hoje, ela completa uma semana, deixando um saldo de 16 mortos e cidades inteiras arrasadas.

O encontro teve a presença de chefes locais do Executivo, do coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil e também chefe da Casa Militar, coronel Luciano Boeira, do coordenador de Restabelecimento de Serviços Essenciais da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, Thiago Monico, do presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski e deputados. Até o dia de hoje, os prejuízos estimados estão em R$ 523 milhões, segundo Orsi, conforme informado por 22 cidades que preencheram decretos de situação de emergência. “Esse número pode mudar”, avaliou o presidente da Famurs.

“A ideia é que possamos entender as necessidades que ainda há nos municípios, entre elas a dificuldade no preenchimento de formulários”, comentou o presidente da Famurs. O prefeito de São Leopoldo e presidente da Associação Brasileira de Municípios (ABM), Ary Vanazzi, confirmou ainda que deverá ser feita uma carta com as proposições levantadas na reunião, realizada de maneira híbrida. “Vamos encaminhar ao presidente Lula”, comentou ele.

Vanazzi disse que a União deverá liberar três ou quatro parcelas do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do Bolsa Família diretamente às famílias, e pediu que o governo estadual fizesse o mesmo, via programa Devolve ICMS. “Precisamos liberar parte do FGTS, algum tipo de financiamento sem juros, algo a médio prazo. Quanto ao Estado, proponho a liberação de três parcelas de R$ 500. O FGTS é para quem não perdeu muita coisa, mas precisamos pensar nas famílias mais pobres”, disse o prefeito de São Leopoldo.

Conforme Boeira, até ontem, 55 cidades já haviam decretado situação de emergência ou calamidade pública. No começo desta semana, a prefeita de Balneário Pinhal e presidente da Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte), Márcia Tedesco, esteve em Brasília com uma comitiva de 17 chefes do Executivo para alinhar ações e pedir agilidade na liberação de recursos aos deputados federais e senadores da bancada gaúcha, mais Defesa Civil Nacional e Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

De acordo com ela, os técnicos estão neste momento principalmente auxiliando às cidades no preenchimento do chamado Fide (Formulário de Informações de Desastres), a primeira linha para pleitear recursos para reconstrução. “A Defesa Civil vai tentar desburocratizar o máximo possível para atender emergencialmente nossas demandas, e as equipes deles estão trabalhando nisto junto com nossa Defesa Civil, alocados no 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM)”, afirmou Márcia.