A reportagem da Rádio Guaíba entrou em contato com o vereador José Freitas (Republicanos), autor do projeto de lei aprovado pela Câmara na última semana, que libera o Pix e QR Code para pagamento de passagem de ônibus em Porto Alegre, para entender melhor a proposta. Conforme Freitas, o novo sistema se faz necessário e sua ideia é a descentralização para recarga do cartão TRI.
Na capital, além da Internet, apenas três pontos atualmente fazem esse serviço: o Centro Histórico; na zona Norte, no Terminal Triângulo, e na zona Leste, na Protásio Alves. A ideia do vereador é democratizar os locais para recarga. “Na verdade quem poderá se cadastrar, são todos os estabelecimentos registrados que desenvolvam atividade econômica em Porto Alegre. Pode ser uma farmácia, pode ser um mini-mercado. Nós trabalhamos em cima desse projeto para facilitar a vida das pessoas”, declarou.
Questionado se o novo sistema acarretará aumento no valor da passagem, José Freitas disse que essa questão dependerá de análise por parte do poder público. Ele não teme que haja impasse com relação aos custos na hora da implantação entre as concessionárias de ônibus e a Prefeitura. “Não, de forma alguma porque toda vez que protocolamos um projeto, eu trabalho dessa forma. Nós sentamos com todas secretarias afins, sentamos com o governo e trabalhamos juntos”, completou.
Atualmente, várias linhas da capital já operam sem cobrador, com os motoristas recolhendo os valores das passagens quando o pagamento é feito em espécie. A retirada gradual dos cobradores iniciou em fevereiro de 2022 e a previsão é que até o final de 2023 50 % das linhas deverão operar dessa forma.
José Freitas diz que sua proposta tem a ver com a questão da extinção do cargo e prevê que os condutores não terão mais tarefa dupla. “Com certeza, porque hoje ainda as linhas que já estão sem cobrador, o motorista que cobra, então ele lida ali com espécie, dinheiro. Então fica ruim, vai chegar um ponto que o motorista nem vai se envolver com nada, a pessoa vai chegar com o celular dela, vai fazer o pagamento via pix e vai passar (pela roleta) bem tranquila. É uma questão de tempo”, previu.
A reportagem entrou em contato com a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) para saber detalhes sobre a implantação do novo sistema. A autarquia preferiu não se manifestar, pois conforme a assessoria de imprensa da autarquia, “ainda não temos detalhes do projeto. Precisaríamos saber mais sobre a proposta, para podermos avaliar”.
Para ser implantado definitivamente na cidade, o projeto de lei depende de sanção por parte do prefeito Sebastião Melo.