Em coletiva realizada, nesta sexta-feira, após os debates entre os governadores que fazem parte do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), no Salão Nobre da Catedral Metropolitana, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), destacou o trabalho das forças de segurança na atuação de busca e resgate de pessoas desalojadas e situadas em zonas de risco após o fenômeno climático que atingiu o Estado nas últimas 24h.
“Estamos com mais de mil homens e mulheres das forças de segurança, entre Brigada Militar (BM) e Corpo de Bombeiros, atuando em ações de defesa civil, promovendo resgates, para proteger as vidas humanas, resgatar as pessoas que ficaram ilhadas, desalojadas. O evento climático ainda está acontecendo, e é menos sobre recursos imediatamente a serem liberados. Todo o foco está em salvar vidas e proteger as pessoas para evitar outras perdas”, destacou.
A respeito de sobrevoos nas áreas atingidas, Leite enfatizou que o objetivo das aeronaves deve ser, neste momento, resgatar pessoas. “Os helicópteros do Estado estão todos dedicados a fazer resgates. Não é hora de o governador exigir o helicóptero para fazer sobrevoo. Vai chegar esse momento, para que possamos identificar os estragos feitos e coordenar o esforço de reconstrução. Neste momento, os nossos helicópteros e estruturas estão dedicados ao resgate de pessoas”, reiterou. Confira um trecho da entrevista a seguir:
Ainda conforme Leite, ele e representantes de secretarias estaduais já fizeram contato com órgãos do governo federal. O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, por telefone, se solidarizou, colocando-se à disposição. O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, também enviou mensagem dispondo-se a ajudar.
Leite liberou R$ 1,1 milhão, de forma emergencial, para os municípios de Maquiné, Itati, Três Forquilhas, Dom Pedro de Alcântara e Morrinhos do Sul. De acordo com ele, esse é um recurso estadual destinado inicialmente à recuperação de estragos de outro evento climático, ocorrido em março, mas que ainda não havia sido liberado. “Determinei a imediata liberação desse recurso. Vamos depois, junto com os prefeitos, identificar o que for necessário de esforço conjunto de Estado, governo federal, junto aos municípios, para ajudar na recomposição da ordem”, adiantou.
Codesul
Sobre a criação de um Fundo de Financiamento conjunto entre os Estados do Sul e a definição de um planejamento estratégico para que demandas regionais sejam negociadas com a União, o governador disse que tudo está sendo mapeado. “Temos um planejamento estratégico que está sendo feito pelo Badesul junto à Unisinos – a entidade contratada para desenvolver o plano estratégico de desenvolvimento integrado da região Sul até 2040. A partir disso, vamos fazer um ponto de controle de cada uma das ações identificadas como estratégicas e estruturantes para o desenvolvimento da nossa região. Temos um plano estratégico sendo formatado. Independente desse plano, já identificamos pontos importantes de trabalho que podemos desenvolver”, esclareceu.
Leite prospecta, por exemplo, ações integradas para o estímulo do desenvolvimento de emprego e renda. “Fundos são recursos da União constitucionalmente estabelecidos, que já são aportados em outras regiões, aos quais nós também queremos ter acesso para o desenvolvimento das nossas regiões. Recursos que, via bancos de desenvolvimento, provavelmente o próprio Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), podem ser utilizados para financiar setores estratégicos da economia com juros mais baixos e, assim, ajudar a estimular emprego e renda”, completou.
IPE Saúde
Com relação à votação do plano de reestruturação do IPE Saúde, prevista para a próxima terça-feira, Leite disse estar confiante na aprovação em plenário. “Nós fizemos todo o trabalho prévio de discussão antes mesmo de mandar o Projeto de Lei. O plano de saúde dos nossos servidores precisa ser sustentável para melhor atender o interesse de todos. Que garanta a eles acesso a bons hospitais, médicos, laboratórios, prestadores de serviço… mas se [esse plano] não tiver sustentabilidade financeira, não vai conseguir prover o que se espera. Então, é importante que se consiga isso, com um custo ao Estado – que não é do governo, do governador, mas da sociedade como um todo -, mas dentro do razoável. Porque os recursos públicos são disputados por todos os interesses”, pondera.
Ainda conforme Leite, é importante dar aos servidores proteção à saúde e dos familiares deles, mas também prover ao restante da sociedade saúde pública, educação, infraestrutura e segurança. O governador lembrou que, no texto, o Estado se propõe a investir R$ 100 milhões extras no plano, mas voltou a defender a contribuição dos dependentes, hoje isentos de taxa.
“Com isso, a gente encontra uma condição de sustentabilidade melhor, que atende o interesse do servidor, e que atende o interesse público da saúde, dos prestadores de serviço. Fizemos diálogo que nos permitiu avançar na proposta, criando travas para proteger os salários mais baixos. Criamos condições que entendemos justificar a aprovação do projeto e estou muito confiante de que ele vai ser aprovado na próxima terça-feira”, finalizou.