O plano de trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o 8 de Janeiro vai ser apresentado na próxima reunião do grupo, confirmou a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). A programação é para que haja uma reunião semanal do colegiado, sempre às quintas-feiras, às 9h, com previsão de encerramento em até seis meses.
“Quero antecipar que será uma proposta que vai representar a maioria desse colegiado, ouvindo também as minorias, porque compreendemos que o processo democrático de direito se faz com contraditório também”, afirmou Eliziane.
A relatora definiu o episódio a ser apurado como um dos “atos mais terríveis contra a democracia” e ressaltou a responsabilidade da CPMI para contribuir para as investigações. “Nem nos momentos mais terríveis como da ditadura nós acompanhamos o que presenciamos em 8 de janeiro”, completou.
O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), destacou que o plano de trabalho vai ser debatido “para ter modificações, incorporações, supressões e tenhamos, assim, um rumo para poder tocar essa CPMI”.
Maia também pediu aos parlamentares o respeito aos trabalhos e garantiu tratamento igualitário a todos os deputados e senadores. “Todos serão igualmente respeitados por essa presidência e terão os mesmos direitos”, afirmou Maia.
A oposição tenta enquadrar Dino e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como responsáveis pela invasão dos prédios públicos em 8 de janeiro e sustenta ter provas mostrando que a gestão federal agiu com omissão e não tentou impedir a entrada dos vândalos, visando se favorecer.
Já o governo quer mirar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados como responsáveis por incitar apoiadores a questionarem o resultado das urnas e, em um ato extremo, terminarem depredando os prédios dos Três Poderes.