Oito serão julgados, nesta quinta-feira, por homicídio em São Sebastião do Caí

Crime, motivado por desavenças ligadas ao tráfico e ordenado de dentro da Penitenciária Modulada de Osório, ocorreu em 2017

POLÍCIA
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Oito homens serão julgados nesta quinta-feira pelo assassinato de Douglas Finger Ramos, cometido em 17 de maio de 2017, no bairro São Martim, em São Sebastião do Caí. Os réus foram denunciados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, tortura e mediante traição).

Segundo a promotora de Justiça, Lara Guimarães, a ordem de execução partiu de dentro do sistema prisional. Ela explica que um delator contou toda a prática criminosa, nomeando um a um, e a partir disso, junto com os demais elementos, chegou-se aos oito acusados.

“É um crime de 2017, foi um ano muito complicado para a cidade, ocorreram inúmeros homicídios e todos ligados ao tráfico de drogas, e mais precisamente, a um dos réus, que é na região e um dos líderes de uma facção com atuação em todo o Estado. O que se espera é que os mandantes deste crime, que atuavam de dentro do presídio, sejam condenados, assim como os executores que seguiam as ordens desses mandantes”, detalha a promotora.

Promotora de Justiça Lara Guimarães. Foto: Reprodução

Além de Lara Guimarães, o promotor Eugênio Paes Amorim atua na acusação. Serão ouvidas três testemunhas (duas indicadas pelo MP e uma pela defesa) antes do interrogatório dos réus. Após, se iniciarão os debates. O MP e as defesas terão duas horas e 30 minutos cada para se manifestarem. Se houver réplica e tréplica, o tempo vai ser de mais 2 horas cada.

Crime

Em 17 de maio de 2017, parte dos réus encontrou Douglas na frente do Loteamento Popular e o convidou para entrar em um carro. A vítima aceitou o convite, especialmente por estar no grupo um primo dele. Chegando à Estrada do Pinheirinho, no bairro São Martim, Douglas percebeu se tratar de uma emboscada e tentou fugir, mas acabou dominado e torturado, com descargas elétricas contra o peito, aplicadas com uma pistola taser (máquina de choque).

Após, um dos réus ligou para dois comparsas, detidos na Penitenciária Modulada de Osório, e ouviu a ordem para executar Douglas em razão de desavenças e desentendimentos decorrentes do tráfico. Douglas levou dois tiros, um deles na cabeça. Também teve parte do corpo queimado. Dos oito réus, apenas um está solto.