O ex-procurador da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol vai ser ouvido pela Justiça Federal no Paraná para o caso que envolve o advogado Rodrigo Tacla Duran, acusado de lavagem de dinheiro para a construtora Odebrecht. O juiz Eduardo Fernando Appio, que assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba, antes comandada pelo agora senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), determinou a oitiva.
Dallagnol, que teve o mandato de deputado federal cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na terça-feira, por irregularidade enquanto ainda era do Ministério Público Federal, vai ser ouvido na condição de testemunha. Ele deve depor em 19 de junho, presencialmente.
Appio quer saber se Dallagnol e Tacla Duran mantém relação de amizade. “A prova produzida até o momento deve ser complementada pela oitiva da testemunha referida, a qual deve esclarecer se mantém vínculo de amizade pessoal e íntima”, escreveu o juiz.
Entenda o caso
No fim de março deste ano, Tacla Duran acusou Dallagnol e Moro de envolvimento em um caso de extorsão. A afirmação ocorreu durante um depoimento do advogado a Appio. O R7 entrou em contato com Dallagnol e Moro, mas não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem.
De acordo com Duran, o advogado Carlos Zucolotto Júnior o procurou, em 2016, para exigir US$ 5 milhões em troca de benefícios em um acordo de colaboração. De acordo com registros de conversas por aplicativo de mensagens mantidos por Duran, Zucolotto disse que pretendia acertar os termos com “DD” (iniciais de Deltan Dallagnol).
Um mês depois, Tacla Duran realizou uma suposta transferência de US$ 613 mil para o escritório de Marlus Arns. Zucolotto e Arns sempre tiveram relação profissional com a deputada Rosângela Moro (União Brasil-SP), esposa de Sergio Moro. Zucolotto era sócio dela, e Marlus atuou com ela em processos da chamada máfia das falências. Além disso, Zucolotto é padrinho de casamento de Moro e Rosângela.