“Cada um siga a sua vida”, disse o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre um dos ex-ajudantes de ordens dele, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, nesta quinta-feira, após visitar, no Senado, o gabinete do filho mais velho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Mais cedo, Cid ficou em silêncio durante depoimento à Polícia Federal sobre a suposta fraude no sistema de vacinação do Ministério da Saúde.
“Ele foi um excelente oficial do Exército Brasileiro. Jovem ainda. Forças especiais, comandos, paraquedistas, primeiro lugar em quase todos os cursos que fez. Ele fez o melhor de si. Peço a Deus que não tenha errado”, disse o ex-presidente na saída do Congresso.
Bolsonaro também se defendeu da acusação de fraude no cartão de vacinação, alegando que “não tinha exigência de vacina para entrar nos Estados Unidos”. Ele ainda sinalizou que acredita que há envolvimento de opositores na possível fraude nos sistemas do ConectSus. “No meu entender, tem indício fortíssimo de quem fez aquilo, o e-mail que me inscreveu lá era [email protected]”, disse.
Cid está preso desde 3 de maio por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro esteve na PF para prestar depoimento no caso que investiga fraudes no sistema de vacinação do Ministério da Saúde.
A suspeita é de que os registros de vacinação de Bolsonaro, Cid e da filha mais nova do ex-presidente, Laura Bolsonaro, tenham sido forjados, de novembro de 2021 a dezembro de 2022, permitindo a entrada do grupo nos Estados Unidos, que exigia o documento. Nessa terça-feira, Jair Bolsonaro afirmou à Polícia Federal desconhecer o suposto esquema que fraudou dados de vacinação e que, se Cid tiver arquitetado o plano, agiu sem conhecimento nem orientação da parte dele.
Busca e apreensão
Em 3 de maio, a Polícia Federal apreendeu 35 mil dólares e R$ 16 mil em espécie na casa de Mauro Cid. A moeda americana, convertida, vale o montante de R$ 175 mil. O dinheiro era guardado em um cofre na residência do militar.
A casa de Bolsonaro em Brasília também virou alvo de mandado de busca e apreensão. O ex-presidente afirmou que não existe adulteração por parte dele no documento de vacinação e reafirmou não ter tomado o imunizante por “decisão pessoal”.