O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) continua sendo vendido acima do Preço de Paridade de Importação (PPI), apesar de uma redução de R$ 8,97 no preço às distribuidoras, como apontou levantamento do Observatório Social do Petróleo (OSP). O botijão de 13 quilos de gás de cozinha nas refinarias da Petrobras custando R$ 32,96, R$ 2,18 a mais que o PPI, de R$ 30,78.
Até essa terça-feira, o quilo do GLP era vendido pela Petrobras a R$ 3,23, resultando em preço de R$ 42,04 para cada botijão. A estatal anunciou uma redução de R$ 0,69 por quilo, o que baixou o preço para R$ 2,54.
Segundo o OSP, a Petrobras vem cobrado mais caro do que a paridade de importação desde março de 2022. Mesmo assim ela é a que pratica o menor valor no mercado brasileiro, se comparado às outras refinarias, do setor privado.
A Acelen, gestora da Refinaria de Mataripe, vende o gás de cozinha a R$ 46,87, ou seja, R$ 16,08 mais caro que o PPI, e a Refinaria da Amazônia (Ream) cobra R$ 37,76 pelo produto, uma diferença de R$ 6,98 em relação ao preço de paridade de importação.
Já o diesel e a gasolina atingiram a paridade com o mercado internacional após quedas de mais de 12%, também anunciadas pela Petrobras na terça-feira, que passaram a vigorar nesta quarta.
Consumo em queda
O estudo do OSP, baseado em dados da ANP, Petrobras, Acelen e Ream, aponta, ainda, que nos três primeiros meses deste ano houve uma pequena queda no consumo de gás de cozinha, de 0,96%. A maior redução nas vendas de botijão se registrou na região Sudeste, com -2,53%.
“Vivemos há alguns anos uma tragédia nacional. Em 2022 já tivemos o menor consumo de gás em uma década e no primeiro trimestre do ano continuamos vendo uma redução deste consumo. E como já sabemos, quem não usa gás de cozinha está utilizando lenha ou etanol, gerando maiores acidentes e poluição ambiental”, alerta o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).