Lula não participa de primeira reunião com partidos para cobrar apoio no Congresso

Ministros conversaram com parlamentares do PSB nesta quarta; deputado diz que não cabe ao presidente fazer articulação política

Foto: MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não participou da primeira reunião do governo com líderes de partidos que compõem a base de apoio do Executivo no Congresso Nacional para melhorar a relação política com o parlamento. O encontro, que aconteceu na manhã desta quarta-feira, contou com a presença do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), de ministros e parlamentares do PT e PSB.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), minimizou a ausência do presidente. Segundo ele, não cabe a Lula cuidar da articulação política com o Congresso. “Não é tarefa dele [Lula]. Quem articula é o ministro Alexandre Padilha. Corretamente ele disse: quem articula é o Padilha com seus líderes”, falou. “Essa narrativa fantasiosa que foi criada não se realizou, porque nunca foi tarefa do presidente da República fazer articulação política. Ele tem quem faça, que é o ministro Padilha. Quem tem que articular é o ministro Padilha”, completou.

Também participaram da reunião nesta quarta o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; o ministro da Casa Civil, Rui Costa; o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França; o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli; o presidente do PSB, Carlos Siqueira; e a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR).

O governo decidiu convocar reuniões com dirigentes partidários após ter sofrido derrotas em importantes votações no Congresso, como a que derrubou mudanças promovidas pelo petista no marco do saneamento básico, além da retirada de pauta do projeto de lei das Fake News.

O governo vai ouvir dirigentes de PSB, MDB, PSD e União Brasil. Cada uma das agremiações comanda três pastas. Apesar do espaço no governo, as legendas não têm seguido a orientação do Executivo nas votações no Parlamento. Na semana passada, durante a análise de um projeto na Câmara para sustar o decreto de Lula que modificou o marco do saneamento básico, dos 131 deputados que fazem parte desses partidos, 102 foram a favor de anular o ato assinado pelo presidente.