MPF avalia que Ibaneis Rocha e Anderson Torres não facilitaram ação de vândalos em 8 de janeiro

Procuradoria da República no DF afasta ato de improbidade por parte dos dois e aponta que chefes da PM também não foram coniventes

Foto: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília

O Ministério Público Federal (MPF) disse não ter encontrado indícios de que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e o ex-secretário e ex-ministro Anderson Torres tenham cometido improbidade administrativa em relação aos episódios de 8 de janeiro em Brasília. Na avaliação do órgão, segundo os depoimentos coletados até aqui, os dois não facilitaram a ação dos vândalos que atacaram as sedes dos Três Poderes.

“Embora seja possível apontar alguma falha no serviço de inteligência dos órgãos de segurança pública ou algum erro no fluxo de informações, não se verifica, até então, uma conduta intencional de algum agente de facilitar os atos criminosos”, afirmou o procurador da República Carlos Henrique Martins Lima, da Procuradoria da República no Distrito Federal.

Martins Lima é o relator de um inquérito civil instaurado pela Procuradoria da República no Distrito Federal para apurar possíveis responsabilidades de agentes públicos que tiveram envolvimento com os atos de vandalismo. De acordo com ele, não se identificou “conduta dolosa, omissiva ou comissiva, de alguma autoridade pública que tenha dado causa ou permitido as invasões às sedes dos Poderes da República na Esplanada dos Ministérios, no dia 08/01/2023, que possam configurar ato de improbidade administrativa”.

Especificamente sobre o governador do DF, o procurador afirmou que Ibaneis acompanhou o movimento dos vândalos durante todo o fim de semana dos ataques e que ele não pode ser considerado culpado pelo que aconteceu. “Inexiste quaisquer indícios de condutas dolosas por parte do governante que tenham concorrido para os eventos de 8 de janeiro”, afirmou.

Segundo o procurador, também não há indícios de que autoridades da Polícia Militar e da Segurança Pública do DF à época dos ataques tenham sido coniventes com a ação. De acordo com Martins Lima, assim como Ibaneis e Torres, o ex-chefe de operações da PMDF Jorge Eduardo Naime; o comandante da PMDF Klepter Rosa Gonçalves; o ex-comandante da PMDF Fábio Augusto; e o ex-secretário-executivo de Segurança Pública Fernando de Souza Oliveira não cometeram improbidade.

“Em que pese ainda haver diligências pendentes de realização, o que se analisa até o momento é que os órgãos de segurança envolvidos no planejamento para as possíveis manifestações que ocorreriam no dia 08/01/2023 não tinham total ciência do caráter violento de parte dos manifestantes”, afirmou o procurador.