A defesa do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, pediu ao Supremo Tribunal Federal a revogação da prisão preventiva dele, confirmou o portal R7. Cid segue preso desde a semana passada após determinação do ministro Alexandre de Moraes em uma investigação da Polícia Federal sobre falsificação de dados de vacinação, em um caso que envolve também o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A investigação está sob sigilo. O R7 apurou que a defesa argumentou a falta de necessidade da prisão e a impossibilidade de que Cid comprometa o desenvolvimento do que falta para a conclusão da investigação.
Durante a operação da semana passada, agentes da PF apreenderam US$ 35 mil e R$ 16 mil em espécie na casa de Cid, em Brasília. Também foram presas outras cinco pessoas ligadas ao ex-presidente.
Jair Bolsonaro também se tornou alvo da operação da PF. Em entrevista a uma rádio, o ex-presidente disse que a ação da PF tinha a intenção de “esculachá-lo” (sic), mas ressaltou ter sido tratado com cortesia pelos agentes da PF.
Emissão de certificado de Bolsonaro
Um relatório produzido pela Polícia Federal mostra que a equipe presidencial emitiu o certificado com dados falsos de vacinação do ex-presidente Bolsonaro cerca de duas horas antes de ele deixar o Brasil rumo aos Estados Unidos, no fim do ano passado.
“No dia 30 de dezembro de 2022, às 12h02, o usuário associado ex-presidente da República, utilizando o endereço de IP vinculado ao terminal telefônico cadastrado em nome de Mauro Cesar Barbosa Cid, acessou o aplicativo ConecteSUS e emitiu um novo certificado de vacinação contra a Covid-19”, cita um trecho do relatório.
O documento, segundo a corporação, continha apenas o registro da vacina da Janssen, já que as demais, da Pfizer, já haviam sido excluídas do cartão. “Cerca de duas horas depois da emissão do último certificado, Mauro Cesar Cid e o ex-presidente da República Jair Bolsonaro viajaram de Brasília para a cidade de Orlando, nos Estados Unidos”, completa. O voo decolou por volta de 14h.
Viagem de Cid e a família
O ex-ajudante de ordens viajou para os Estados Unidos com a família com dados de vacinação contra a Covid-19 supostamente fraudados, segundo investigação da PF. A viagem ocorreu em dezembro do ano passado. Cid e a família voltaram ao Brasil em janeiro.
Desde dezembro de 2021, a comprovação de vacinação com ao menos duas doses contra a Covid-19 é necessária para entrar nos EUA. O certificado deixa de ser cobrado a partir do próximo dia 11.