O primeiro dia da feira de Hannover, na Alemanha, teve como ponto forte o debate, no estande brasileiro, sobre processos de geração de energia, com destaque para as iniciativas envolvendo o hidrogênio verde. O processo vem recebendo cada vez mais destaque da indústria brasileira, especialmente diante da relevância internacional sobre a transição energética. Em outras palavras, o hidrogênio verde é produzido a partir de fontes com baixa ou nenhuma intensidade de carbono, utilizando energias limpas e renováveis nesse processo, como a energia solar, eólica, hidráulica ou biomassa. Assim, não gera emissões de CO2 (gás carbônico).
Segundo o gerente executivo do Senai, Marcelo Prim, para marcar presença no cenário internacional, o Brasil desenvolve uma série de novas tecnologias para tornar o processo de produção de hidrogênio verde mais eficiente. Prim salienta ainda que o hidrogênio verde é um mecanismo importante do processo de transição energética, por ter uma geração baixa de carbono, que em excesso na atmosfera resulta no aquecimento global e nas mudanças climáticas.
“O Brasil tem várias iniciativas, mesmo que o hidrogênio verde não esteja regulado no país ainda, que é uma necessidade, a indústria brasileira já está sendo protagonista desse movimento”, enfatiza Prim, citando que essas iniciativas envolvendo desde o Rio Grande do Sul até o Rio Grande do Norte. Outro diferencial é que esses projetos envolvem a indústria química, o agronegócio e o setor de portos. “O que estamos demonstrando aqui na feira de Hannover é que estamos desenvolvendo tecnologia no Brasil em parceria com o mundo e estamos abertos a outras parcerias. Não é só discurso, é o protagonismo”, pondera.
O estande da indústria brasileira em Hannover é considerado um importante ponto de encontro para a apresentação de projetos, mas também abre a possibilidade para atração de investidores.
“Olhem e copiem”
Na abertura da programação, o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, ressaltou que essa é uma oportunidade única aos empresários brasileiros, uma vez que podem conhecer o que há de mais pioneiro e inovador para a área da indústria. “Olhem e copiem”, brincou ele, durante o evento, ao incentivar a troca de conhecimento e discussões.
Além disso, ressaltou que a Alemanha, com longa tradição na área industrial, aproveita a feira para fazer o lançamento dos produtos mais importantes. A missão, que é realizada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e Fiergs e em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), com o Serviço Social da Indústria (SESI) e demais federações, conta com mais de 170 pessoas, sendo a maioria do Rio Grande do Sul.
Até a próxima sexta-feira são esperadas cerca de 80 mil visitantes na Hannover Messe, que ocupa 17 pavilhões e conta com 4 mil expositores. Acompanhando a missão, o vice-governador, Gabriel Souza (MDB), ressaltou ser fundamental para o Rio Grande do Sul estar próximo às discussões sobre inovação e tecnologia.