IPE Saúde avalia que paralisação de médicos conveniados afetou só 9% das consultas

Paralisação termina hoje depois de três dias

Foto: Ipergs / Divulgação / CP Memória

A paralisação de médicos credenciados ao IPE Saúde termina hoje, mesmo dia em que o governo gaúcho apresentou o diagnóstico que vai embasar a proposta de reestruturação do órgão. De acordo com o próprio IPE, a maioria dos atendimentos eletivos que tinha risco de cancelamento em razão da ação dos profissionais pode ser remarcada com antecedência. O órgão estimou que a ação resultou em 9% de consultas a menos em relação a um dia normal. Já o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) aponta que, somente no Hospital Ernesto Dornelles, na Capital, mais de 200 consultas precisaram de remarcação.

Por volta de 60% dos médicos atuantes em Porto Alegre e interior gaúcho cruzaram os braços desde segunda-feira até a quarta, também segundo estimativa do Simers. A paralisação havia sido decidida na assembleia geral extraordinária anterior à de hoje, afetando consultas e procedimentos hospitalares atendidos pelo convênio público, mantendo apenas atendimentos de urgência e emergência. O Ernesto Dornelles, em nota, confirmou a adesão de alguns médicos conveniados e com atuação no ambulatório. Exames clínicos e laboratoriais foram realizados normalmente.

Já o IPE Saúde disse que “vem monitorando os atendimentos, que permanecem regulares”. “O sistema recebe, em média, 11 mil consultas por dia até as 21h, e nos dois primeiros dias de paralisação, foram cerca de 10 mil consultas registradas”, informou o plano. Os segurados, ainda segundo o IPE Saúde, podem buscar alternativas de atendimento no Guia Médico Hospitalar.

A principal crítica do Simers é referente à defasagem da tabela de remuneração de honorários dos profissionais médicos, que se mantém a mesma desde 2011, desconsiderando inclusive os reajustes da inflação no período. O sindicato quer que seja utilizada a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), que, em parte, já é padrão para alguns vencimentos, mas não na totalidade. Outra preocupação é o passivo do convênio gerido pelo governo estadual, que junto aos prestadores soma cerca de R$ 250 milhões.

A subcomissão da Assembleia Legislativa que acompanha o assunto deve fazer também uma série de visitas aos hospitais que atendem ao plano, começando pelo próprio Ernesto Dornelles, considerada referência para o atendimento do IPE.