Novo advogado de Anderson Torres pede ao STF revogação de prisão preventiva

No pedido, defesa lembrou da minuta de golpe encontrada na casa de Torres e classificou o tema como "superdimensionado"

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A nova defesa do ex-ministro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de revogação da prisão preventiva do cliente. Torres está preso, desde 14 de janeiro, por suspeita de omissão na atuação contra os ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro.

Segundo o novo advogado Eumar Roberto Novacki, o então secretário de Segurança do DF, mesmo já tendo iniciado a viagem de férias aos EUA, buscou conter a crise instalada, mesmo sem imaginar a dimensão dos ataques.

“A apuração estatal vai demonstrar que o ex-secretário de Segurança do DF, o maior interessado na investigação célere dos acontecimentos, não se omitiu no exercício de suas funções, tampouco teve participação nos atos de vandalismo”, disse.

No fim de março, Torres trocou a equipe de defesa, que antes era liderada por Rodrigo Rocca, e contratou Eumar Roberto Novacki, que já chefiou a Casa Civil do Distrito Federal no governo de Ibaneis Rocha (MDB).

A defesa disse também que não há, em Anderson Torres, um único traço da personalidade que indique periculosidade social. “Além disso, em 6 de janeiro, data em que o requerente viajou aos EUA, as informações de inteligência sequer davam conta da magnitude dos atos que viriam a ocorrer em 08/01/2023”, afirmou a defesa.

No pedido, a defesa lembrou da minuta de golpe encontrada na casa de Torres e classificou o tema como “superdimensionado”. “Muito se especulou sobre o seu real destino e a razão da sua existência, questionando-se, também, o motivo de esse texto ter sido ‘guardado’, o que implicou toda a sorte de conjectura. Basta uma simples passada de olhos pelo texto para concluir que a narrativa é absolutamente inverossímil, até mesmo para uma pessoa com rudimentares conhecimentos em direito”, disse.

Ao fim, a defesa argumenta que após a decretação da prisão, as filhas de Torres passaram a receber acompanhamento psicológico. “Acresça-se a isso o fato de a genitora do requerente estar tratando um câncer. O postulante, de seu turno, ao passo que não vê as filhas desde a sua prisão preventiva, entrou em um estado de tristeza profunda, chora constantemente, mal se alimenta e já perdeu 12 quilos”, completa o advogado.