Uma nova vacina contra a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) chegou ao Brasil e pode ser encontrada em clínicas particulares. Chamado de Gardasil 9, o imunizante, desenvolvido pela farmacêutica MSD, oferece proteção contra nove subtipos do vírus – cinco a mais que a vacina aplicada no Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante custa, em média, R$ 950.
Uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns do país, o HPV pode infectar até 700 mil pessoas por ano. De acordo com o Ministério da Saúde, existem hoje de 9 a 10 milhões de pessoas infectadas pelo HPV no Brasil.
O vírus provoca verrugas genitais, além de ser o principal fator associado aos cânceres de útero, da vulva, da vagina e do ânus. Os cinco novos subtipos de HPV incluídos na vacina privada vêm provocando um acréscimo de 20% dos casos de câncer de colo de útero, conforme estudos recentes. Os outros quatro subtipos contidos na vacina do SUS respondem por 70% dos casos da doença.
A nova vacina é indicada para meninos, meninas, homens e mulheres de 9 a 45 anos de idade. Para meninas e meninos de 9 a 14 anos, o esquema vacinal é de duas doses, com seis meses de intervalo. Já a partir de 15 anos, recomenda-se três doses, sendo a segunda dois meses após o início do esquema vacinal e a terceira, seis meses depois (esquema 0-2- 6 meses). Imunodeprimidos de 9 a 45 anos, independentemente da idade, devem receber três doses, também no esquema 0-2-6 meses.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, o Ministério da Saúde informou que não há previsão de integrar a vacina nonavalente ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Segundo a pasta, a inclusão de novas terapias e tratamentos no SUS é avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e, até o momento, não há solicitação em aberto para avaliação da nonavalente de HPV na Conitec.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) emitiu uma nota técnica recomendando o novo imunizante como preferencial por aumentar a proteção contra as doenças associadas ao HPV. Entretanto, a entidade científica destacou que a nonavalente não reduz a importância da quadrivalente, oferecida pelo SUS, uma vez que a vacina protege contra o HPV16 e o 18, os principais tipos subtipos associados ao câncer.
Segundo a SBIm, quem já recebeu a vacina quadrivalente, ou ainda a bivalente, e deseja ampliar a proteção por meio da aplicação da nonavalente deve aguardar 12 meses após o término do esquema de vacinação para, então, receber o novo imunizante.
Alerta
Estudo da Fundação do Câncer divulgado em fim de março aponta que todas as capitais e regiões brasileiras seguem com a vacinação contra o HPV abaixo da meta estabelecida pelo Programa Nacional de Imunizações e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).