Bolsonaro: ajudante foi ao aeroporto saber sobre joias para evitar “vexame diplomático”

Em depoimento à PF, ex-presidente também afirmou que só soube dos produtos apenas 14 meses depois de chegarem ao Brasil

Foto: Marcos Corrêa/PR

O ex-presidente Jair Bolsonaro disse que enviou um ajudante ao Aeroporto de Guarulhos (SP) para saber sobre as joias recebidas pelo governo da Arábia Saudita com o objetivo de verificar e esclarecer os fatos e, se possível, evitar um “constrangimento internacional”, um “vexame diplomático”. As declarações foram dadas em um depoimento à Polícia Federal (PF), em Brasília, na tarde desta quarta-feira.

Bolsonaro afirmou que não houve reiteradas tentativas de obter as joias e deixou claro em diversas partes do depoimento que falou sobre o assunto uma só vez, durante esse pedido ao antigo ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid.

Somente 14 meses depois
À PF, o ex-presidente disse também que só tomou conhecimento sobre as joias sauditas 14 meses depois de chegarem ao Brasil.

As joias foram retidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos, em outubro de 2021, com um assessor do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque. Em dezembro de 2022, a Presidência da República pediu a liberação dos itens.

Na semana passada, a defesa do ex-presidente entregou as joias e as armas recebidas, mas os processos no Tribunal de Contas da União (TCU) e os inquéritos sobre o caso seguem em tramitação.

O depoimento de Bolsonaro, na sede da PF, durou cerca de três horas. O perímetro do prédio, na Asa Norte, teve de ser fechado e houve um forte esquema de segurança no local.

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