“Ponta do iceberg”, diz presidente do Comitê Gravatahy sobre lixo removido do rio em Cachoeirinha

Assunto será discutido na próxima semana em reunião da Granpal, em Porto Alegre

Foto: Guilherme Almeida

As precipitações da quinta-feira causaram pequenos aumentos no nível dos rios da Região Metropolitana de Porto Alegre. Destaque para o rio Gravataí, que registrou 28,4 milímetros de chuva no dia na régua do balneário Passo das Canoas, em Gravataí, mantida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). No local, a marca aferida foi de 1,67 metro hoje pela manhã. Em Alvorada, a medição foi de 1,64 metro na Estação de Tratamento de Água (ETA) da Corsan.

O presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí (Comitê Gravatahy), Sérgio Cardoso, avalia que o lixo visível no rio Gravataí, e que está sendo removido pela FDM Engenharia desde o final de fevereiro, é “apenas a ponta do iceberg”. “A quantidade de material, o quanto está sendo retirado, é muito mais grave do que realmente ficou exposto. Temos muito mais lixo ali, não aqueles que estavam sendo visualizados por todos. Este é um processo novo. Nunca ninguém havia feito isto”, afirma ele.

Segundo Cardoso, o assunto será uma das pautas do Fórum de Bacias da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal), que ocorre na manhã da próxima quarta-feira, na sede da associação, na Capital. Ontem, o engenheiro ambiental da Prefeitura, Felipe Vargas e Silva, e o secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços Urbanos, Cléo Pereira, avaliaram que outra das possíveis soluções é a instalação de ecobarreiras nos arroios afluentes, como Feijó, Passinhos e Barnabé, que circulam por municípios como Alvorada, Porto Alegre e Gravataí.

Sérgio diz que isto atenua o problema, “mas precisa vir com uma campanha forte de educação ambiental e valorização dos catadores”. Nesta sexta-feira, prosseguia a retirada do lixo do leito do Gravataí. Os resíduos sólidos estão sendo encaminhados a um aterro da CRVR, em São Leopoldo, enquanto as macrófitas, ou plantas aquáticas, deverão ser destinadas a um aterro de podas em Gravataí. A Prefeitura avalia a possibilidade de compostagem dos orgânicos, mas, antes, solicitou um laudo para saber o grau de contaminação dos resíduos.

Sobre a execução dos trabalhos, o presidente do Comitê Gravatahy também comenta que é necessário fiscalizar a planilha financeira. “Queremos transparência no processo, saber quanto houve de faturamento nisto”, avalia. Já no Guaíba, a régua do Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, registrou 50 centímetros, enquanto no terminal hidroviário da CatSul, em Guaíba, o registro aferido foi de 49 centímetros.

No trapiche da Praia da Pedreira, dentro do Parque Estadual de Itapuã, em Viamão, a aferição da régua de medição foi de 21 centímetros. Já na bacia do rio dos Sinos, a medição da Agência Nacional de Águas (ANA) em Campo Bom foi de 1,37 metro, enquanto no Centro de São Leopoldo, foram marcados 67 centímetros. Na foz do rio Paranhana, no município de Taquara, o registro foi de 68 centímetros. Em Novo Hamburgo, a aferição da Companhia Municipal de Saneamento (Comusa) exibiu a marca de 2,30 metros.