A Câmara de Vereadores de Caxias do Sul aceitou por unanimidade os pedidos de cassação do vereador Sandro Fantinel (sem partido), em sessão ordinária realizada na manhã desta quinta-feira (2). A partir da aceitação dos pedidos foi criada uma comissão parlamentar processante para avaliar a cassação. O grupo tem 90 dias para coletar materiais e ouvir a defesa ou o próprio vereador. Com um parecer o caso vai à votação em plenário. Para a cassação ser aprovada será preciso voto favorável de dois terços da Casa legislativa.
Em sessão nessa terça (28), Sandro Fantinel aconselhou que agricultores, produtores e empresários do setor agrícola não contratem pessoas da Bahia e as definiu como “um povo que vive na praia tocando o tambor” e “acostumado com carnaval e festa”.
Nessa quarta-feira (1º) Fantinel havia sido expulso do Patriota, partido do qual ele era filiado. As Defensorias Públicas dos estados do Rio Grande do Sul e da Bahia também haviam protocolaram representação na Comissão de Ética da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, na Serra, pedindo a cassação do mandato do vereador. As Defensorias protocolaram, ainda, uma notícia-crime solicitando que sejam adotadas providências do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) em relação ao político. Ambos os órgãos abriram procedimento para apurar o caso de 200 trabalhadores vindos da Bahia, encontrados em situação análoga à escravidão em vinícolas da Serra.
O caso ganhou repercussão nacional. Os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) e da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) repudiaram as declarações.
A reportagem da Rádio Guaíba tenta contato com o vereador. O espaço segue aberto para manifestação.