Após reunião com o enviado especial dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira que a autoridade norte-americana não informou os valores que serão repassados pelo país ao Fundo Amazônia, mas que vai se empenhar, inclusive com a iniciativa privada, para que a medida de fato aconteça.
“O enviado John Kerry não definiu valor, mas colocou que vai se empenhar junto ao governo, junto ao Congresso norte-americano e junto à iniciativa privada para ter os recursos vultosos, não só no Fundo Amazônia, como também em outras cooperações”, disse Alckmin.
Questionado se os Estados Unidos impuseram contrapartida para apoiar o fundo, o vice-presidente respondeu de forma contrária. “Não. O compromisso do Brasil já ficou claro na presença do presidente Lula no encontro com o presidente Joe Biden. O compromisso do Brasil de ser o grande protagonista no combate às mudanças climáticas”, completou.
Em 10 de fevereiro, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden assinaram um comunicado conjunto sinalizando a intenção do país norte-americano de fazer parte do Fundo Amazônia, cujo objetivo é financiar projetos de redução do desmatamento e fiscalização do bioma.
“Os Estados Unidos anunciaram a intenção de trabalhar com o Congresso para fornecer recursos para programas de proteção e conservação da Amazônia brasileira, incluindo apoio inicial ao Fundo Amazônia, e para alavancar investimentos nessa região muito importante”, cita o texto elaborado pelos dois presidentes.
O documento, contudo, não especifica qual deve ser o valor disponibilizado pelos Estados Unidos ao fundo. De todo modo, o comunicado frisa que Lula e Biden “estão determinados a conferir urgente prioridade à crise climática, ao desenvolvimento sustentável e à transição energética”.
O fundo seguia paralisado desde 2019, com mais de R$ 3 bilhões em caixa. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, articula para atrair investimentos de outros países. Um deles é a Alemanha, que prometeu investimentos de R$ 35 milhões de euros.
O desmatamento na Amazônia bateu novo recorde em 2022, ano em que a cobertura vegetal da floresta perdeu 10.573 km², o equivalente a quase três mil campos de futebol, segundo relatório divulgado pelo Imazon. De acordo com monitoramento feito via satélite, o desmatamento atingiu, no ano passado, o maior patamar desde 2008, quando o instituto começou a monitorar a região.