As discussões sobre uma eventual mudança da meta de inflação pressionaram o mercado financeiro nesta terça-feira. O dólar, que tinha começado o dia em queda, subiu e voltou a se aproximar de R$ 5,20. A bolsa de valores caiu quase 1%, após começar a sessão em alta.
O dólar comercial encerrou a terça vendido a R$ 5,198, com alta de R$ 0,022 (+0,42%). A cotação chegou a cair para R$ 5,13 pouco antes das 11h, mas reverteu o movimento e subiu nas horas seguintes, reagindo à possibilidade de elevação da meta de inflação para 2023. Na máxima do dia, por volta das 14h50min, chegou a R$ 5,22.
A moeda norte-americana acumula alta de 2,38% em fevereiro. Em 2023, a divisa cai 1,55%.
No mercado de ações, a tensão também prevaleceu. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 107.849 pontos, com queda de 0,91%. As ações do Banco do Brasil, que subiram 2,34%, após a instituição divulgar lucro recorde de R$ 31,8 bilhões no ano passado, evitaram um recuo ainda maior.
O mercado tinha começado o dia reagindo relativamente bem à divulgação da inflação ao consumidor nos Estados Unidos, que atingiu 0,5% em janeiro e acumula 6,4% em 12 meses. Os números saíram dentro do previsto, reforçando as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) eleve os juros básicos em 0,25 ponto percentual no fim de março, confirmando a desaceleração das altas de juros no país.
No entanto, fatores internos elevaram a pressão sobre o mercado financeiro durante a tarde, com a possibilidade de que a meta de inflação no Brasil para 2023 seja alterada em mais de 0,25 ponto percentual. O tema pode ser discutido na quinta-feira em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). Atualmente, a meta oficial de inflação está em 3,25%, com 1,5 ponto percentual de margem de tolerância para mais ou para menos.