Defesa entrega celular do governador afastado do DF, Ibaneis Rocha, à PF

Governador é investigado em inquérito que apura omissão e conivência de autoridades durante atos de vandalismo

Foto: Divulgação / Facebook / CP Memória

A defesa do governador do Distrito Federal afastado, Ibaneis Rocha (MDB), entregou o celular dele à Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira. A entrega é uma ação voluntária depois de a casa e o escritório dele terem sido alvo de um mandado de busca e apreensão expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, na última sexta-feira.

Com o governador fora da capital federal, equipes policiais foram até a casa dele, ao escritório de advocacia em que ele atuou e ao Palácio do Buriti, sede do governo local. Na ocasião, Ibaneis usou as redes sociais para negar relação com os atos de extremistas às sedes dos Três Poderes.

“Não há nada que possa me ligar aos golpistas que atacaram os Três Poderes. Eu sempre me comportei de modo a colaborar com as investigações e mantenho a mesma postura. Cheguei a fazer um depoimento espontâneo à Polícia Federal, mostrando que não há o que temer”, escreveu o emedebista.

O governador se tornou alvo de investigação após os atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro. Na Esplanada dos Ministérios, os prédios do STF, Congresso Nacional e Palácio do Planalto foram invadidos e tiveram vidraças e objetos destruídos por manifestantes contrários ao atual governo.

Depoimento de Ibaneis
Ibaneis prestou depoimento à Polícia Federal no dia 13 de janeiro, de forma voluntária. Por duas horas, o governador respondeu aos questionamentos feitos pela Polícia Federal. Ele afirmou não ter “qualquer envolvimento, por ação ou omissão, com os fatos ocorridos” em 8 de janeiro, e disse ainda que havia determinado a retirada dos manifestantes dos acampamentos em 29 de dezembro, sendo impedido pelo Exército.

Segundo um documento da Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística do DF, os militares também vetaram a ação de retirada de ambulantes irregulares na praça dos Cristais, onde os manifestantes mantinham o acampamento.

Após os ataques, mais de 1,4 mil pessoas foram detidas sob suspeita de envolvimento nos atos de vandalismo. Dessas, 942 pessoas tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva e 464 conseguiram liberdade provisória, por meio de medidas cautelares, e vão poder responder ao processo em liberdade, com uso de tornozeleira eletrônica.

Os prejuízos causados ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF chegam a R$ 18,5 milhões, segundo estimativas apresentadas pela Advocacia-Geral da União (AGU) em pedido para bloquear a quantia de quem financiou os atos de vandalismo.