Secretaria da Saúde do RS aposta em mapeamento e monitoramento para combater mosquito da dengue

Doença matou seis vezes mais em 2022; até o momento, seis casos foram confirmados neste ano

Foto: Arthur Stoffel/Rádio Guaíba

A Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul lançou, na tarde desta quarta-feira, a campanha de combate ao mosquito Aedes aegypti e as doenças relacionadas, como dengue, chikungunya e zika vírus. A principal ação prevê o mapeamento e monitoramento dos focos do mosquito vetor e dos casos dessas enfermidades. Em 2022, 454 dos 497 municípios gaúchos foram considerados infestados pelo inseto. Foram quase 67 mil casos confirmados, 58 mil deles envolvendo pacientes que não saíram do Rio Grande do Sul. Desses, 66 morreram – número seis vezes maior que o de 2021. 

As notificações referentes a 2023 já podem ser acompanhados pelo Painel de Casos da Dengue e pelo Comunicado de Risco de Arboviroses, que trazem dados sobre o aumento de casos e de focos do Aedes. O primeiro é um painel aberto e o segundo, com acesso restrito a gestores de saúde de cada região. Ambos vão ser atualizados semanalmente. Até o momento, o Rio Grande do Sul registra seis casos confirmados de dengue neste ano, três deles autóctones (quando o paciente adoece sem viajar). Cinco demandaram internação, sendo que dois pacientes precisaram de atendimento em UTIs. 

“A grande mobilização e a virada de página que precisamos fazer em relação ao controle do vetor, em relação ao cuidado de pessoas que tenham dengue, é na rede, na grande rede, que são os nossos municípios“, destacou a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, destacou: 

Mesmo com esse destaque ao papel dos municípios, o diretor adjunto do Centro Estadual de Vigilância e Saúde do Rio Grande do Sul, Marcelo Valandro, enfatizou que todos devem participar desse combate.

“Comunicar o risco, informações para que as pessoas possam tratar a dengue, as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti… É uma doença que a gente precisa que todos participem. Todos têm o seu papel, desde aquela pessoa que tem que fazer as atividades na sua casa pensando em não ter um criadouro, assim como a que precisa entender que na sua região tem uma doença que requer atenção. Se estou com aqueles sintomas, eu vou buscar uma assistência porque, talvez, se eu não for, tenha um desfecho pior”, exemplificou.

O painel da dengue no Rio Grande do Sul mostra, ainda, que dos 261 casos notificados de pessoas com sintomas de dengue, desde o início de janeiro, 65 foram descartados e 190 seguem em investigação.

Em 2022, dois sorotipos virais de dengue circularam no Rio Grande Sul. O quadro ampliou a chance da ocorrência de casos graves, tornando ainda mais importantes as medidas de controle do mosquito.