O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres deve desembarcar no aeroporto de Brasília, perto das 6h30min deste sábado, vindo dos Estados Unidos. Torres teve a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal por omissão nos atos de vandalismo que terminaram com a depredação das sedes dos três poderes da República, em Brasília, no domingo passado.
Ex-ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Torres havia sido nomeado secretário pelo governador do DF, Ibaneis Rocha, no último dia 5. Dois dias depois, na véspera dos ataques, ele viajou com a família para a Flórida, nos Estados Unidos, de férias. No mesmo dia dos ataques, Ibaneis anunciou a exoneração de Torres, publicada no dia 9 no Diário Oficial do DF.
Em vídeos que começaram a circular nas redes sociais no fim da noite dessa sexta-feira, o ex-secretário aparece sendo escoltado por policiais no Aeroporto de Miami, embarcando para o Brasil.
Ibaneis afirmou ao R7 que Torres viajou sem avisá-lo, na madrugada de sábado para domingo. Oficialmente, as férias do ex-secretário tinham previsão de começar apenas na segunda-feira.
As cenas de vandalismo levaram à intervenção do governo federal na área de segurança pública do DF e ao afastamento do governador do cargo por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nessa sexta, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que pretendia pedir a extradição de Torres em caso de não retornar ao país até segunda-feira.
Na quinta, a Polícia Federal encontrou uma minuta (espécie de rascunho) na casa do ex-secretário que trata de um decreto para tentar mudar o resultado das eleições presidenciais de 2022, vencidas pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O documento, encontrado em um armário de Torres, previa decretar estado de defesa no prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).