O anúncio do pacote fiscal pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e novas informações em cenário internacional fizeram o mercado financeiro ter um dia de alívio. O dólar atingiu o menor valor desde novembro, e a bolsa de valores teve uma pequena baixa, após cair mais de 1% no início da tarde.
O dólar comercial encerrou a quinta-feira vendido a R$ 5,101, com queda de R$ 0,08 (-1,55%). A cotação operou próxima da estabilidade durante a manhã, mas começou a cair no início da tarde, com informações sobre o pacote de ajuste fiscal de R$ 242,7 bilhões anunciado pelo ministro da Fazenda.
Na mínima do dia, por volta das 15h45min, a moeda norte-americana chegou a R$ 5,07, quando o Ministério da Fazenda anunciou que o pacote pode fazer o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrar superávit primário de R$ 11,13 bilhões neste ano. Mais tarde, quando Haddad esclareceu que esse era o cenário mais otimista e que a previsão mais provável é a de déficit entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões, a divisa voltou para a casa de R$ 5,10.
Com o desempenho de hoje, o dólar acumula queda de 3,4% em 2023. A divisa está na menor cotação desde 4 de novembro, quando valia R$ 5,05.
O pacote fiscal também amenizou a queda na bolsa de valores. O índice Ibovespa, da B3, fechou o dia aos 111.850 pontos, com recuo de 0,59%. O indicador chegou a cair 1,2% por volta das 12h15min, afetado pelo escândalo contábil nas Lojas Americanas, que revelou a existência uma dívida de R$ 20 bilhões que não fazia parte do balanço. As ações da varejista caíram 77,33% nesta quinta-feira, afetando o Ibovespa.
Além do pacote fiscal, que aumentou a confiança dos investidores nas contas públicas, o mercado financeiro sofreu influência do cenário internacional. A divulgação de que a inflação nos Estados Unidos desacelerou em dezembro animou os investidores, fazendo o dólar cair em todo o planeta. O arrefecimento da inflação e a desaceleração do mercado de trabalho na maior economia do planeta abre espaço para que o Federal Reserve (Banco Central norte-americano) aumente menos os juros na reunião do fim de janeiro.
*Com informações da Agência Reuters