Atos extremistas perdem adesão após decisões de Moraes e reforços na segurança

Convocadas para esta quarta-feira, manifestações contra o governo foram esvaziadas em diversas cidades do Brasil

Foto: Rosinei Coutinho / STF / Divulgação

Manifestações extremistas marcadas para o início da noite desta quarta-feira foram esvaziadas após o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes impor uma série de medidas a fim de impedir novos atos como os registrados no domingo em Brasília, quando grupos antidemocráticos invadiram e depredaram as sedes do três Poderes. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Em São Paulo, a avenida Paulista teve o policiamento reforçado. Grupos de 30 a 40 agentes da Polícia Militar, alguns a cavalo, percorriam o entorno do Masp. Policiais se posicionaram em duplas próximo ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O trânsito fluía sem obstruções.

Moraes proibiu o bloqueio de vias em todo o país atendendo a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), que acionou o Supremo após o governo Lula detectar novas ameaças de golpe em mensagens anunciando uma “Mega Manifestação Nacional pela Retomada do Poder” para esta quarta-feira.

Na Paulista, poucas pessoas vestidas de verde e amarelo e com a bandeira do Brasil chegaram a se posicionar em alguns pontos da avenida, mas nenhuma delas em grupo organizado. A maioria passou, sem parar, em frente ao Masp.

Em redes sociais, usuários lançaram teses, como a de uma manifestação falsa, e não realmente programada pelos defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Um dos jovens presentes na Paulista mostrou um tuíte que atribuía a convocação a uma “armadilha” para também afastar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A possibilidade de uma manifestação acontecer no local levou empresas da região a liberar os funcionários do trabalho presencial. A Subseção Judiciária de São Paulo também suspendeu atividades presenciais devido à possível concentração de manifestantes.

No Rio, também fracassou o ato de teor golpista convocado em grupos do WhatsApp, do Telegram e por perfis bolsonaristas nas redes sociais para ocorrer em Copacabana, na zona Sul, na noite desta quarta. A manifestação contra o governo Lula não reuniu nenhum apoiador na orla da praia.

Em grupos bolsonaristas, parte dos integrantes acusou militantes de esquerda de promover a convocação de um suposto “ato fake”. O objetivo, segundo eles, era infiltrar opositores para culpar os direitistas em caso de depredação de patrimônio.

A Prefeitura do Rio e o governo fluminense reforçaram a segurança no trecho do Posto 5 da Praia de Copacabana. Aquele era o local previsto para receber a manifestação. Agentes da Guarda Municipal e policiais militares foram deslocados, mas nenhum manifestante apareceu. A chuva também desestimulou o comparecimento.

Em Belo Horizonte, 1,4 mil câmeras monitoraram o ato que, de acordo com Polícia Militar, teve baixa adesão.

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