A Polícia Civil prendeu, nesta quinta-feira, um terceiro suspeito de participação na morte do capitão reformado José Wilson da Silva, de 89 anos, conhecido como ‘Tenente Vermelho’ pela atuação no movimento da Legalidade e na resistência ao Golpe de 64. O diretor da Divisão de Homicídios de Porto Alegre, delegado Eibert Moreira, confirmou à Rádio Guaíba que o homem, de 31 anos, é apontado como um dos executores do crime. Detido no bairro Partenon, ele tinha antecedentes por roubo a residência. Marido da suspeita de intermediar o homicídio, conectando a mandante aos executores, o homem se entregou a Polícia nesta quinta. De acordo com a delegada Isadora Galian, que investiga o caso, partiram da arma desse terceiro preso os disparos que mataram o militar.
Segundo as investigações, um conluio entre a então companheira da vítima e outros três homens está por trás do assassinato. Uma mulher, apontada como manicure da viúva, é investigada por ter feito a intermediação entre os executores do crime e a suposta mandante. Os cinco envolvidos foram indiciados em dezembro.
Foram presos preventivamente, até o momento, além da manicure, de 39 anos, e do marido dela, detido nesta quinta, um outro homem, de 30. Um suspeito de 31 anos segue foragido. Para a suspeita de ter ordenado o assassinato, de 51 anos, a Justiça negou o pedido de prisão preventiva. Ela era a cuidadora de Silva antes de se tornar companheira dele.
O militar morreu baleado em casa, na madrugada de 10 de dezembro de 2021, na rua Paissandu, bairro Partenon, em Porto Alegre. De acordo com a Polícia, o crime teve motivação financeira.
Todos os suspeitos foram indiciadas por homicídio doloso qualificado pelo motivo torpe, com recurso que impossibilitou a defesa do ofendido, com agravante por ter sido cometido contra maior de 60 anos, em concurso de pessoas, e roubo circunstanciado.
Vítima
O Tenente Vermelho era considerado um dos homens mais próximos de Leonel Brizola. Eleito vereador pelo PTB em 1963 na capital, José Wilson da Silva perdeu os direitos políticos com o golpe de 1964, sendo mandado para o exílio no Uruguai. Um dos fundadores da Associação de Defesa e Pró-Anistia dos Atingidos pelos Atos Institucionais, em 1987 ele lançou o livro “O Tenente Vermelho”, além de ter assinado outras publicações.