Sem empresas interessadas, concessão do Jardim Botânico vai ser remarcada

Concorrência pública internacional previa investimentos de R$ 27,3 milhões para requalificação do parque

Foto: André Ávila / CP Memória

Sem nenhuma empresa interessada em participar do leilão de concessão do Jardim Botânico de Porto Alegre, o governo do Estado, por meio da Secretaria Executiva de Parcerias, pretende relançar o edital em meados de fevereiro do próximo ano. A entrega das propostas das empresas havia sido marcada para esta segunda-feira, mas acabou sem nenhuma interessada. Durante o período de consulta pública, o governo acolheu seis contribuições. Mesmo assim, ninguém se candidatou. Com isso, o leilão marcado para o dia 22 está cancelado.

A concorrência pública internacional previa investimentos de R$ 27,3 milhões para requalificação, modernização, operação e manutenção da infraestrutura do Jardim Botânico. Na avaliação do secretário executivo de Parcerias do RS, Marcelo Spilki, a transição do governo federal e o cenário econômico instável contribuíram para a ausência interessados em participar do leilão.

“Infelizmente não recebemos nenhuma proposta. O momento é bastante ruim. A gente estava com um pouco de receio em função desse momento que a gente vai atravessando e aconteceu a mesma coisa que ocorreu no Cais Mauá”, salienta.

Ao ressaltar que os investidores podem estar com receio de realizar uma operação com duração de 30 anos, Spilki afirmou que os empresários devem avaliar questões como fluxo de caixa e remuneração do capital que vão aplicar. “Tínhamos algumas empresas engajadas. Tinha uma que havia sinalizado na semana passada a entrega da proposta, mas hoje realmente não veio. E nos surpreendeu, porque imaginávamos receber ao menos uma”, ressalta. Mesmo diante desse cenário, ele avalia que o projeto é bom e desperta interesse do mercado. Conforme Spilki, a ideia agora é esperar o mercado “voltar ao normal”.

A modelagem da concessão do parque havia sido elaborada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com apoio do consórcio Araucárias e do Instituto Semeia, sob coordenação da Secretaria de Parcerias (Separ), Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) e Procuradoria-Geral do Estado (PGE).