A meta do ano, admitida por todos, era voltar a conquistar títulos. Mas o Inter não conseguiu chegar nem perto em nenhuma das quatro competições que disputou. Parou antes das finais do Gauchão, caiu na primeira rodada da Copa do Brasil, frustrou-se nas quartas da Copa Sul-Americana e, no Campeonato Brasileiro, ocupa a segunda posição com oito pontos de desvantagem para o líder. Porém, de muitas formas, o 2022 parece ter asfaltado o caminho para as vitórias. Pelo menos é a opinião de Mano Menezes.
Há, neste aspecto, um inegável otimismo no Beira-Rio. O próprio presidente Alessandro Barcellos já disse que a permanência de Mano Menezes, que renovou o seu contrato até o final de 2023, é um trunfo. O outro é a construção de uma base de equipe, em grande parte após o desembarque dos reforços vindos, principalmente, da Rússia e Ucrânia como Vitão, De Pena e Wanderson. Mesmo que alguns jogadores deixem o clube no final do ano para equilibrar as contas, uma base bastante sólida será mantida.
Desde 2018, com Odair Hellmann, o Inter não mantém um treinador de uma temporada para a outra. Mano será o primeiro. “Começar um trabalho do zero sempre é prejudicial. É como se o clube andasse em círculos. Fica muito difícil de evoluir. Acho que conseguimos montar uma estrutura de equipe, que vai melhorar com mais tempo de trabalho”, afirmou o próprio técnico, em recente entrevista. Ele chegou em abril, após a interrupção da trajetória do trabalho de Alexander Cacique Medina.
Os dois comentaristas da Rádio Guaíba consultados pelo CP concordam com o otimismo e também com as razões de ele existir. “A torcida do Inter deve ficar otimista, em primeiro lugar, pela continuidade do trabalho no comando, o que não ocorre há anos. Em segundo, porque a base que sustentou a ótima campanha no Brasileirão deverá ser mantida. O ponto imprevisível será a atitude do clube no mercado para dar um grupo melhor para Mano Menezes”, avalia Gutiéri Sanchez.
Seu colega Carlos Guimarães concorda: “Começar as coisas do zero é muito mais difícil do que quando há uma base montada. Agora, o desafio é qualificar essa base. Com alguns bons reforços, o time ficará muito mais forte. O otimismo é justo porque já há um trabalho em andamento, trabalho esse que já mostrou qualidades”.