Após 22 anos de filiação, João Doria anuncia saída do PSDB

Ex-governador de São Paulo divulgou comunicado nesta quarta-feira (19): "Encerro minha trajetória de cabeça erguida", disse

O ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB). Foto: Governo de São Paulo/Divulgação

Após 22 anos de filiação ao PSDB, o ex-governador de São Paulo João Doria anunciou, nesta quarta-feira (19), a desfiliação do partido. “Encerro minha trajetória partidária de cabeça erguida. Orgulhoso pela contribuição que pude dar a São Paulo e ao Brasil, graças à generosidade e à confiança de todos aqueles que optaram pelo meu nome em três prévias e duas eleições”, afirmou o agora ex-tucano.

“Inspirado pelas ideias e virtudes de nomes como Franco Montoro, José Serra, Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso, busquei cumprir uma missão política e partidária pautada na excelência da gestão pública, num estado menor e em favor de uma sociedade mais justa e menos desigual”, disse Doria.

No comunicado, o ex-governador destacou que, enquanto atores da política se omitiam durante a pandemia de Covid-19, ele lutou para que o povo tivesse acesso a uma vacina contra a doença que já matou mais de 600 mil brasileiros.

“Atuei, acima de tudo, pela defesa da vida e da saúde dos brasileiros. Jamais cedi ao negacionismo ou a falsidades que contrariam a ciência. Tenho muito orgulho do sucesso liderado por São Paulo, que ajudou a salvar 124 milhões de vidas no Brasil, que tomaram a vacina do Butantan”, afirmou.

Segundo o comunicado, o agora ex-tucano deseja ao PSDB que siga em defesa da democracia. “Com minha missão cumprida, deixo meu agradecimento e o firme desejo de que o PSDB tenha um olhar atento ao seu grandioso passado em busca de inspiração para o futuro. E sempre em defesa da democracia, da liberdade do progresso social.”

Doria não informou se vai se filiar a outra legenda.

PSDB

PSDB, que governou o Brasil duas vezes com Fernando Henrique Cardoso, encolheu nas eleições 2022. Na Câmara dos Deputados, a legenda saiu dos atuais 23 deputados para 18. No Senado, o partido nem sequer elegeu candidato. Esse é o pior resultado da legenda desde 1998.

O partido também encolheu na disputa aos governos dos estados. O caso mais emblemático é o de São Paulo, berço político do PSDB, onde Rodrigo Garcia (PSDB), que atualmente comanda o Executivo paulista, ficou em 3º lugar, com 4.296.293 votos (18,4%). O segundo turno vai ser disputado entre Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT).

O PSDB ainda vai concorrer ao segundo turno em quatro estados: Rio Grande do Sul, entre Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL); Mato Grosso do Sul, com Eduardo Riedel (PSDB) contra Capitão Contar (PRTB); Pernambuco, com Raquel Lyra (PSDB) e Marília Arraes (Solidariedade); e Paraíba, onde Pedro Cunha Lima (PSDB) vai enfrentar João Azevedo (PSB). Em todos esses estados, os tucanos chegaram em 2º lugar.