Questão financeira pode pesar na renovação de Renato com o Grêmio

Treinador é tido como nome de preferência de dois presidenciáveis no clube

Questão financeira pode pesar na renovação de Renato com o Grêmio | Foto: Lucas Uebel / Grêmio / Divulgação / CP

Além de surpreendente, não foi bem digerida a manobra política do presidente Romildo Bolzan Júnior em sua última cartada para tirar o Grêmio da Série B. Ao trazer Renato Portaluppi de volta, o gesto, tanto interna como externamente, foi interpretado por muitos como um “esnuque” nos candidatos à sucessão presidencial que se avizinha.

Em que pese Renato seja o nome da preferência tanto de Alberto Guerra quando de Odorico Roman, a situação posta sugere que a renovação do contrato com o atual treinador coloque qualquer dos dirigentes em condição desfavorável na negociação. A possibilidade de apresentar um projeto para o futuro do Grêmio, cada qual com suas condições e proposições, na atual conjuntura, enfraquece. A partir daí, Renato ganha condições para fazer eventuais exigências. Neste cenário, somente a questão financeira poderia inviabilizar a permanência do técnico no clube.

E isso não seria novidade. Em 2013, Renato conduziu o Grêmio ao vice do Campeonato Brasileiro, mas Fábio Koff, então presidente, não demoveu o autor dos dois gols em Tóquio de que o clube não poderia pagar o que ele pretendia receber. O fato é que as costuras estão sendo feitas projetando 2023. Nos gabinetes também. Nessa quarta-feira, o presidente do Conselho Deliberativo Carlos Biedermann convocou uma reunião com os dois candidatos à presidência do clube bem como do próprio CD: Alexandre Bugin e Luciano Brasil. Na pauta, dentre outros assuntos, projetos em desenvolvimento e a discussão da SAF.

Além deles, o CEO Carlos Amodeo também foi chamado. Acontecimentos recentes, como o tratamento dado ao jogo contra o Sampaio Corrêa e, agora, a preparação no Rio de Janeiro após o jogo do Náutico geraram descontentamento. Não somente fora do clube, mas dentro também.

O ano que começou com o corte de horas extras e de refeições para os funcionários do CT Luiz Carvalho e se desenrolou sem a redução da folha salarial como se projetava, termina com uma viagem casada de mais de uma semana de duração vista como sem necessidade, dados os custos envolvidos.