Endividamento cresce e inadimplência atinge maior valor em 12 anos, diz CNC

Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

O total de famílias com dívidas a vencer no Brasil encostou nos 80%. Conforme Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada nesta segunda-feira, 10, pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), apontou que, em setembro deste ano, o total de lares brasileiros com dívidas a vencer chegou a 79,3%, o terceiro aumento consecutivo em 2022.

Entretanto, o aumento de 0,3 ponto percentual em relação a agosto, apresenta uma desaceleração e passou a ser o menor desde abril deste ano. Já na comparação com setembro do ano passado, a proporção de endividados também reduziu o ritmo de crescimento, com aumento de 5,3 pontos percentuais, o que corresponde à menor taxa anual desde julho de 2021.

No mês, a proporção de endividados entre os consumidores com renda inferior a 10 salários mínimos aumentou 0,4% e atingiu 80,3%, o maior patamar da série histórica da pesquisa. No grupo de famílias com maior renda, a proporção de endividados manteve-se estável em setembro, mas cresceu mais na comparação anual (ampliação de 7 pontos percentuais) do que entre as famílias de menor renda.

CARTÃO DE CRÉDITO

Também no último mês, o volume de consumidores que atrasaram o pagamento de dívidas atingiu 30%, o maior desde o início da pesquisa, em 2010. Esse é o terceiro aumento mensal consecutivo da taxa, que evoluiu 0,4 pontos percentuais. Ao contrário do endividamento, o indicador de dívidas atrasadas expandiu 4,5%, a maior taxa anual desde março de 2016.

A maior parte das famílias que relatam estar endividadas, 85,6%, possui contas a vencer no cartão de crédito, que apresentou também a maior alta em um ano, de 1 ponto percentual. O ritmo de endividamento no cartão também vem desacelerando, em razão do maior custo desse tipo de dívida. Em seguida, entre as que cresceram, vêm as dívidas nos carnês de loja, que representam 19,4% e aumentaram 0,6 ponto percentual no ano, e no cheque especial, que são 5,2% e tiveram crescimento igual.

Nas dívidas diretas com o varejo, o volume de endividados nos carnês de loja cresce desde maio deste ano. No recorte por faixa de renda, a proporção de endividados nos carnês entre os com até 10 salários mínimo de rendimentos atingiu o maior volume desde fevereiro (20,1%, um aumento de 0,3 ponto percentual ante agosto).