Internações respiratórias atingem menor nível desde a pandemia; situação das crianças ainda preocupa

Dados nacionais, divulgados hoje no Boletim InfoGripe da Fiocruz, se referem à segunda semana de agosto

Foto: Ricardo Giusti/CP

O Brasil atingiu na semana passada um patamar de internações por complicações respiratórias semelhante ao de abril e é considerado o mais baixo desde o início da pandemia de Covid-19. Os dados foram divulgados, nesta quarta-feira, no novo Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O estudo mostra queda na tendência a longo prazo (últimas seis semanas) e estabilidade na de curto prazo (últimas três semanas). Os dados se referem ao período de 7 a 13 de agosto, tendo como base o Sivep-Gripe (Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe).

No entanto, o levantamento também aponta uma informação alarmante. Apesar dos sinais de queda ou estabilização geral em todo o país, houve um aumento recente dos casos de Srag na faixa etária de zero a 11 anos em diversos estados do Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste.

“Em termos proporcionais, esse crescimento é ainda mais expressivo na faixa de 5 a 11 anos de idade. Por ser restrito às últimas semanas, ainda não é possível identificar com clareza o vírus responsável por esse aumento, embora o Sars-CoV-2 (Covid-19) continue sendo predominante em todas as faixas etárias”, explica o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, em nota.

Mais de 70% dos casos de Srag foram causados pelo vírus da Covid, principalmente na população adulta. No Rio Grande do Sul, em especial, o vírus influenza A H3N2 também aparece.

Considerando-se todas as unidades federativas, apenas Roraima ainda apresenta sinais de crescimento na tendência de longo prazo dos casos de Srag. Acre e Amapá demonstraram estabilidade, enquanto as demais unidades indicaram queda da tendência de longo prazo. Dentre as capitais, apenas Belém, Boa Vista e Vitória tiveram indícios de crescimento na tendência de longo prazo.