Marcos Palmeira recebe o Troféu Oscarito em Gramado

Cerimônia ocorreu no sábado à noite

Marcos Palmeira recebe o troféu Oscarito no Palácio dos Festivais | Foto: Edison Vara / Pressphoto / Divulgação

A noite desse sábado foi marcada pela homenagem ao ator Marcos Palmeira, que recebeu o troféu Oscarito no 50° Festival de Cinema de Gramado. A presidente da Gramadotur e secretária de Turismo de Gramado, Rosa Helena Volk, entregou a estatueta no palco do Palácio dos Festivais.

No palco, o artista manifestou sua gratidão ao Festival, lembrando que ter recebido o Kikito de Melhor Ator Coadjuvante por “Dedé Mamata” em 1988 e o de Melhor Ator por “Escolas de Crimes” em 1990 foram impulsos importantes na sua trajetória profissional.
O ator também destacou: “a força desses 50 anos do festival está na sua resistência”, sendo aplaudido com entusiasmo pela plateia. “Vocês não têm noção do que estão me proporcionando”, disse emocionado.

Em entrevista com a imprensa à tarde, Palmeira relembrou um pouco de sua trajetória. Nascido em uma família de artistas e produtores de cinema, ele fez teatro desde a escola. Seu primeiro emprego foi no Museu do Índio. Depois quis ser indigenista e passou um período com indígenas. Ao fazer expressões de comunicação com os nativos, para troca de experiências e explicação de costumes, fazia rápidas apresentações para eles e foi percebendo a sua vontade de atuar. Ao retornar ao Rio de Janeiro, estudou teatro e começou a fazer filmes, como “Memórias do Cárcere” (1984).

Um dos filmes que marcaram sua carreira e a ligação com o Rio Grande do Sul foi “Anahy de las Misiones”, de Sérgio Silva (1997), em que contracenou com Araci Esteves (homenageada na sexta-feira) e Dira Paes. Questionado sobre as lembranças daquelas filmagens, ele lembra: “Foi um mergulho no pampa gaúcho, que é muito lindo”. Ele também comentou que havia uma certa disputa do elenco com a direção de fotografia. Quando mais difícil era terreno que que os personagens iam passar com a carreta, mais os atores enfrentavam com vontade o desafio.

Questionado sobre que dica que daria para os atores que estão começando, o artista disse: “Acho que é não desistir nunca. E lembrar que não passar em um teste é uma inadequação para aquele papel, mas não para uma carreira”.

Sobre seu momento atual ele diz: “Tenho 59 anos e me sinto com energia. Sou um peão do set”, revelando   que fará 60 anos no dia 19 de agosto. “O bom da gente envelhecer é se tornar uma pessoa melhor”, reflete.

Um dos seus próximos filmes do ator é “O Barulho da Noite”, de Eva Pereira, ainda inédito. Quando recebeu a proposta para integrar esse filme, a história o conquistou. “Chorei lendo o roteiro e isso fez com que eu decidisse fazer o papel”. O filme trata de temas como abuso e sexualidade.