Secretário descarta implosão como melhor forma de demolir Esqueletão na capital

Prefeitura da capital aguarda decisão judicial para saber se pode ou não colocar abaixo o edifício

Foto: Foto: Alina Souza / CP Memória

Na semana passada, a prefeitura de Porto Alegre pediu à Justiça permissão para demolir o edifício Galeria XV de Novembro, mais conhecido como Esqueletão. Iniciado na década de 1950, o prédio nunca teve as obras concluídas no Centro da cidade. Nesta sexta, o secretário de Obras e Infraestrutura de Porto Alegre, André Flores, afirmou que, caso a administração municipal receba autorização para colocar a estrutura abaixo, o processo deve ocorrer por partes, por questão de segurança. “Ali no Esqueletão de Porto Alegre temos a dificuldade de a Galeria do Rosário ser do lado, ter um prédio na outra borda e uma pequena galeria embaixo”, explica.

Flores disse ao Correio do Povo ainda ser necessária uma avaliação técnica, mas considerou a ideia de implosão – como ocorreu com a antiga sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP), no ano passado – inviável. “O antigo prédio da Secretaria de Segurança Pública não tinha um ‘vizinho contínuo’, nem um prédio encostado e nem um prédio embaixo”, enfatiza.

Na avaliação do chefe da Secretaria de Obras e Infraestrutura, uma demolição por partes também permite, em tese, manter o fluxo das atividades dos comércios próximos ao Esqueletão. “Ali é uma região econômica importante. É diferente do antigo prédio da Secretaria de Segurança Pública, onde num sábado de manhã foi trancada a avenida Castello Branco por uma hora e meia, o edifício foi implodido e estava feito o serviço”, salienta.

Futuro do Esqueletão
No pedido de demolição do Esqueletão de Porto Alegre, a prefeitura cita a inércia dos proprietários ao longo dos anos e os altos custos para a recuperação da edificação, exposta há quase sete décadas na região central. Frisa, também, o risco que a estrutura oferece para a população.

Um estudo do Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (Leme), da Ufrgs, realizado em parceria com a prefeitura, apontou que 61% da estrutura de concreto armado do Esqueletão já atingiu o tempo de vida útil de projeto, e 6,7% do total está com vida útil no fim, caracterizando falha de desempenho, sob o ponto de vista da corrosão.

Conforme Flores, há interesse da administração municipal em aproveitar o espaço do Esqueletão após uma demolição. Porém, como o edifício não é da Prefeitura, existe uma série de questões a serem estudadas dependendo de qual seja a resposta da Justiça.

“O que nós não podemos é continuar arriscando a vida das pessoas com uma estrutura que vai acabar colapsando uma hora. Não há risco de colapso imediato, mas é fato que um dia vai acontecer”, completa.