André Mendonça, do STF, suspende julgamentos que miram Bolsonaro

Interrupção foi feita no início da madrugada desta sexta-feira (12), data a partir da qual os ministros começariam a julgar os recursos

André Mendonça | Foto: Edilson Rodrigues / Agência Brasil / Divulgação / CP

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu vista e suspendeu os julgamentos de recursos que miram o presidente Jair Bolsonaro. Dos 13 requerimentos, 10 estão inseridos no inquérito das fake news, no qual o chefe do Executivo nacional é um dos apontados.

A interrupção foi feita no início da madrugada desta sexta-feira (12), data a partir da qual os magistrados da Suprema Corte começariam a julgar os recursos. A apreciação dos requerimentos foi feita por meio do plenário virtual, plataforma pela qual cada magistrado apresenta seu voto, sem discussão.

O relator é o ministro Alexandre de Moraes, que assumirá a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na próxima terça-feira (16), evento que terá a participação de Bolsonaro. Moraes já havia votado para rejeitar as ações, a maioria delas da Advocacia-Geral da União e da Procuradoria-Geral da República questionando investigações sobre o presidente Jair Bolsonaro.

O inquérito das fake news foi aberto por ordem do ministro Dias Toffoli em 2019, para apurar ofensas a ministros do STF e a familiares dos magistrados. Em agosto de 2021, Moraes incluiu Bolsonaro na investigação após atender a um pedido do TSE. Ele determinou a instauração em razão das alegações sobre fraudes nas urnas eletrônicas no inquérito das fake news.

“Não há dúvidas de que as condutas do presidente da República insinuaram a prática de atos ilícitos por membros da Suprema Corte, utilizando-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais, com o intuito de lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Poder Judiciário, o Estado de Direito e a Democracia”, afirmou Alexandre de Moraes, no despacho publicado à época.

Nova presidência

A ministra Rosa Weber foi eleita presidente do STF nessa quarta-feira (10), durante sessão administrativa da Corte. O ministro Luís Roberto Barroso será o vice-presidente. A gestão na presidência do Supremo dura dois anos, e, depois disso, o vice geralmente é alçado ao cargo, em nova eleição.

Em discurso no começo da sessão presencial do plenário, Rosa agradeceu os votos. “Exercer a chefia do Poder Judiciário e do CNJ [Conselho Nacional de Justiça], para uma juíza de carreira como eu, que está na magistratura há 46 anos, é uma honra inominável. Nestes tempos tumultuados que estamos vivendo, eu vou procurar desempenhá-lo com toda a serenidade”, declarou a ministra.