Um estudo realizado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEV) da Secretaria Estadual de Saúde (SES), divulgado nesta quarta-feira, apontou que crianças, de 5 a 11 anos, e adultos, dos 18 aos 39, compõem as faixas etárias com o maior número de pessoas com o esquema vacinal incompleto contra o coronavírus no Rio Grande do Sul.
Conforme a pesquisa, 14.144 crianças ainda não receberam a primeira dose, o que equivale a 32,6% do total (964.268). Se forem acrescidos os não vacinados com a segunda dose (209.164), o número chega a 523.308 – o que resulta em 54% do público infantil desprotegido.
O estudo também mostrou que os adultos entre 18 e 39 anos também não procuraram completar o esquema vacina contra enfermidade, uma vez que só 37% do público entre 18 e 29 anos e 49% das pessoas entre 30 e 39 anos receberam as três doses da vacina no Rio Grande do Sul.
De acordo com a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, a baixa procura pode fazer com que os grupos fiquem vulneráveis à ocorrência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) provocada pela Covid-19, resultando em mais hospitalizações e mortes.
Em relação à ocorrência de SRAG, a SES destacou que foram registrados 50,7 casos a cada 100 mil habitantes entre 30 e 39 anos, e 36,7 casos entre pessoas de 18 a 29 anos com o esquema vacinal completo, ou seja, com as três doses.
Já aqueles que receberam o segundo reforço (quarta dose), a ocorrência cai para 15,6 casos a cada 100 mil habitantes entre 18 e 29 anos e, para 26,9 casos no grupo dos 30 aos 39.
Óbitos
Dos 105 óbitos pela Covid registrados entre adultos com menos de 40 anos, neste ano, no RS, 76 envolveram pessoas com alguma das comorbidades, como hipertensão arterial e doença renal crônica, definidas na tabela do Ministério da Saúde que ainda não receberam o reforço. Já entre os vacinados com a quarta dose do imunizante, o número de óbitos chegou a 19.
Sistema 3As
Com um quadro hospitalar de estabilidade no número de internados por coronavírus no Rio Grande do Sul, não foram emitidos Avisos ou Alertas pelo Gabinete de Crise no Sistema 3As de Monitoramento, que gerencia a pandemia em território gaúcho.
Segundo o órgão, a previsão é de redução na quantidade de hospitalizações em decorrência da doença para as próximas semanas. Contudo, o cenário, como nas semanas anteriores que não ocorreram alertas, ainda é considerada delicada em razão das taxas de ocupação na UTIs hospitalares – como se costuma verificar usualmente no inverno – e o risco da entrada das subvariantes, que podem gerar um aumento da demanda por leitos Covid.
“Vacinar não só uma ação de autoproteção. É também um bem coletivo. Quem se vacina, reduz os riscos de internações e óbitos e protege todo mundo à sua volta”, afirmou a secretária da SES, Arita Bergmann.
Dados atualizados da Covid-19 no RS:
• Na semana, a média móvel de casos confirmados teve redução de 22,8%. Com isso, a incidência semanal caiu para 163,4 casos a cada 100 mil habitantes
• Na semana, o número de internados suspeitos e confirmados diminuiu em 86, sendo uma redução de 79 pacientes em leitos clínicos e de sete em UTI
• O número de internados em leitos clínicos, suspeitos e confirmados, é de 570, uma queda de 12,2% quando comparado à semana passada
• O número de internados em UTIs, suspeitos e confirmados, é de 160, valor 4,2% menor em comparação à semana passada
• Foram incluídos 85 óbitos na semana, uma média de 12,1 por dia, representando uma redução de 19,8% em relação à média móvel de uma semana atrás.
• A taxa de ocupação hospitalar das UTIs adulto no RS é de 88%, sendo de 91,4% no SUS e de 82% na rede privada.
Status da Vacinação (% da população residente)
• 88,1% – pelo menos uma dose
• 81,4% – esquema vacinal completo
• 57% – dose de reforço
