A contragosto da Justiça, acusado de matar petista no Paraná vai para prisão domiciliar

Juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, não queria mandar o réu para casa, mas não teve escolha

Policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho (E) disparou contra o guarda municipal Marcelo Aloízio de Arruda (D). Foto: Reprodução/Redes Sociais

O policial penal Jorge Guaranho, acusado de matar a tiros o guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR), saiu do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, na noite desta quarta-feira e, ao contrário do esperado, em vez de ser transferido para um presídio, acabou sendo colocado em prisão domiciliar.

De acordo com o portal Ricmais, o juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu tomou a decisão a contragosto. Ele havia determinado a prisão do réu, em regime fechado, após a alta hospitalar. No entanto, o Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, informou à Justiça nesta quinta-feira, já depois que Guaranho teve alta, durante a tarde, que não conta com estrutura técnica adequada para fornecer os cuidados de saúde que o paciente ainda necessita.

Sem ter outra opção ou local para transferir Guaranho, o juiz determinou a prisão domiciliar do réu, monitorado com tornozeleira eletrônica. Ele não está autorizado nem a sair de casa, no bairro Laranjeiras, em Foz do Iguaçu, a não ser em caso de necessidade de tratamento médico.

Os advogados do policial penal já tinham feito dois pedidos de prisão domiciliar, ambos negados pela Justiça. Apesar de Guaranho ter conseguido o benefício de permanecer em casa, a decisão pode ser ficar em vigor por pouco tempo. O juiz já solicitou uma busca, até mesmo em Santa Catarina e São Paulo, de presídios que possam receber o réu.

Discordância política
Em 20 de julho, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) ofereceu denúncia contra o policial penal por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e por expor terceiros ao perigo.

O assassinato ocorreu em 9 de julho, durante a festa de 50 anos de Arruda, com a temática do Partido dos Trabalhadores (PT), em uma associação de Foz do Iguaçu. Guaranho compareceu ao local, de início, para “provocar” o aniversariante. Depois voltou armado e atirou no petista, que conseguiu revisar e também baleou Guaranho. Arruda morreu minutos depois.