Policial que baleou Leandro Lo já havia sido condenado por agredir PM em balada de SP

TJM confirmou que PM cumpria pena em regime aberto desde 20 de julho por ter agredido um colega de farda

Foto: Reprodução/RecordTV

O Tribunal de Justiça Militar de São Paulo (TJM-SP) confirmou que o policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, acusado de atirar e matar o lutador e campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo Pereira do Nascimento, de 33 anos, na madrugada desse domingo, cumpria pena em regime aberto desde 20 de julho por agredir um PM durante uma confusão em uma balada na zona Oeste de São Paulo.

Henrique Velozo passou por audiência de custódia, na tarde desta segunda-feira, no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona Oeste da capital paulista. O juiz entendeu que ele deve permanecer preso pelo crime.

O lutador teve morte cerebral após ser baleado na cabeça durante um show no Esporte Clube Sírio, na zona Sul de São Paulo.

Segundo a mãe da vítima, Fátima Lo, o tenente da PM suspeito de efetuar os disparos também era lutador de jiu-jítsu e conhecia a vítima. A família suspeita que Henrique tinha a intenção de provocar Leandro e agiu de forma premeditada.

Condenação por agressão
Segundo o documento do TJM, o policial, em um dia de folga, agrediu a socos o companheiro de farda Flávio Alves Ferreira, na madrugada de 27 de outubro de 2017.

Henrique Velozo e o primo Iury Oliveira Nascimento se envolveram em uma confusão na casa noturna “The Week”. Sete pessoas começaram a discutir com Iury e, em determinado momento, partiram para cima da vítima e de Henrique. Ambos sofreram lesões.

Todos os envolvidos foram expulsos da balada e a Polícia Militar, acionada. O PM de folga, aparentemente embriagado agrediu o colega Flávio Alves Ferreira, que atendia a ocorrência, com um soco no rosto, e desacatou outros policiais no local.

Em 15 de setembro de 2020, Henrique chegou a ser absolvido em primeira instância. O Ministério Público de São Paulo recorreu, dessa vez com vídeos comprovando as agressões, e obteve a condenação do PM em segunda instância. A pena, de nove meses de prisão em regime aberto, começou a ser cumprida em 20 de julho.

PM emite nota
Em nota, a Polícia Militar de São Paulo lamentou “o trágico desfecho e se solidarizou com os familiares de Leandro Pereira do Nascimento”.

Enterro
Leandro Lo teve o corpo velado e sepultado, nesta segunda-feira, no Cemitério do Morumby, na zona Sul de São Paulo.