Greve dos rodoviários da região Metropolitana é cancelada

Empresas sinalizaram à categoria que vão quitar salários e ticket alimentação dos trabalhadores até esta terça-feira

Foto: Sogil/Divulgação

Após as empresas garantirem que vão quitar os salários e o ticket alimentação dos rodoviários da região metropolitana, a greve da categoria, prevista para ter início na madrugada desta terça-feira, foi cancelada. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários Intermunicipais da Região Metropolitana (Sindimetropolitano) confirmou a informação no fim da tarde desta segunda-feira.

Conforme a entidade, as empresas Soul, Empresa de Transporte Viamão LTDA, Consórcio Metropolitano de Transporte CMT e Consórcio de Transporte Nova Santa Rita-Vila Nova se comprometeram a pagar o restante dos vencimentos dos trabalhadores e o vale-alimentação até amanhã. Já as empresas Sogil, que atende Gravataí, e Transcal, que opera em Canoas, também chegaram a um acordo com os trabalhadores. Diante desse cenário, o Sindimetropolitano decidiu manter o estado de greve, sem interromper os serviços, até a próxima sexta-feira, quando ocorre mais uma audiência de conciliação entre as partes, a partir das 15h, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Porto Alegre.

No fim da manhã, terminou sem consenso uma primeira reunião entre o Sindimetropolitano e o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio Grande do Sul (Setergs), na Justiça do Trabalho. Na reunião, o Setergs chegou a apresentar uma contraproposta que envolvia o pagamento, até a próxima sexta, da integralidade do salário referente ao mês de julho e o compromisso do pagamento de, no mínimo, 60% do vale-alimentação no dia 10 de agosto.

Recursos

Presente na audiência dessa manhã, o governo estadual se comprometeu a protocolar ainda hoje um projeto de lei para antecipar o passe-livre estudantil, no valor de R$ 18 milhões. Para isso, o executivo vai agendar uma reunião com a Mesa da Diretora da Assembleia Legislativa para esclarecer a importância e a urgência da tramitação da proposição. O objetivo é tentar votá-lo antes do prazo máximo regimental, de 30 dias.

Além disso, o Executivo deve enviar ao Legislativo gaúcho outra proposição com objetivo de minimizar a alta do diesel. Diferente de outros anos, em que era possível implementar essas ações por meio de decreto, em função do ano eleitoral as medidas exigem o aval dos parlamentares.

Com as duas propostas, o governo estadual busca amenizar a crise no transporte coletivo metropolitano, com o propósito de evitar o reajuste tarifário de 19,3% sinalizado pela Metroplan e que tinha previsão inicial de entrar em vigor em 1° de julho, o que não ocorreu.

Crise

Na última sexta, representantes do Setergs, alertaram para a gravidade do desequilíbrio financeiro enfrentado pelo sistema nos últimos anos e reforçaram a necessidade de uma solução definitiva por parte do governo estadual como, por exemplo, um aporte que possa auxiliar no custeio do sistema.

Atualmente, conforme a entidade, cerca de 3,5 milhões de usuários dependem do transporte público coletivo para se locomover. De acordo com o Setergs, houve uma redução de 73% dos passageiros nos últimos 25 anos — 45% deles de 2019 para 2020.

*Atualizada às 18h45min para acréscimo de informações