Audiência no TRT busca evitar greve dos rodoviários na Região Metropolitana de Porto Alegre

Sindicato da categoria reivindica o pagamento integral dos salários em agosto, bem como um reajuste referente ao vale-alimentação

Foto: Metroplan / Divulgação / CP Memória

Uma audiência marcada para as 11h desta segunda-feira, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Porto Alegre, deve definir o rumo da possibilidade de greve do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários Intermunicipais da Região Metropolitana (Sindimetropolitano). A paralisação, já oficializada pela entidade, pode prejudicar usuários do transporte coletivo intermunicipal de Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Glorinha, Gravataí, Nova Santa Rita e Viamão, a partir da madrugada de terça.

Conforme o diretor do Sindimetropolitano, Alex Pereira, a categoria alega que as entidades patronais descumpriram o acordo para quitar o salário dos funcionários até o quinto dia útil deste mês e pagaram apenas 60% da folha. Além disso, a entidade também cobra reajuste referente ao vale-alimentação.

“A patronal não cumpriu com 100% dos pagamentos dos trabalhadores até o quinto dia útil, pagando apenas 60%. E sugeriu quitar os 40% restantes apenas no dia 11, mas a categoria não aceitou”, explica Pereira.

Ainda de acordo com o sindicalista, o parcelamento dos salários atinge mil trabalhadores. Pereira também disse que há hoje cerca de 300 ônibus operando diariamente as linhas da região Metropolitana pelas empresas Sogil, Soul, Vicasa, Transcal, Empresa de Transporte Viamão LTDA, Consórcio Metropolitano de Transporte CMT e Consórcio de Transporte Nova Santa Rita-Vila Nova.

Na última sexta, representantes do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio Grande do Sul (Setergs), que também vão participar da audiência de conciliação desta segunda, alertaram para a gravidade do desequilíbrio financeiro enfrentado pelo sistema nos últimos anos e reforçaram a necessidade de uma solução definitiva por parte do governo estadual como, por exemplo, um aporte que possa auxiliar no custeio do sistema.

Cerca de 3,5 milhões de usuários dependem do transporte público coletivo para se locomover. Conforme o Setergs, houve uma redução de 73% dos passageiros nos últimos 25 anos — 45% deles de 2019 para 2020. E reforça que o sindicato patronal vem solicitando a revisão tarifária por parte da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan). O órgão já sinalizou a necessidade de reajuste tarifário de 19,3%.

Segundo o Setergs, a data do reposicionamento tarifário do serviço público essencial de transporte metropolitano de passageiros havia sido estipulada para 1º de junho.