Empresas de transporte metropolitano advertem para crise e vão parcelar salários em agosto

Processo de revisão tarifária chegou ao Conselho Estadual do Transporte Metropolitano (CETM) nesta sexta-feira

Entidades representantes de empresas de transporte da região Metropolitana de Porto Alegre alertaram, em audiências realizadas nesta quinta e sexta-feira, para a gravidade do desequilíbrio financeiro enfrentado, nos últimos anos, pelo sistema. O Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio Grande do Sul (Setergs) e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários Intermunicipais da Região Metropolitana (Sindimetropolitano) expuseram, nos encontros com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a incapacidade de arcar com o valor integral do salário dos colaboradores referente ao mês de agosto.

Na convenção coletiva de 2022/23, as entidades firmaram acordo que concedeu reajuste de 7% nos salários a partir de 1º de junho de 2022. Uma segunda parcela do reajuste deve ser concedida a partir de 1º de janeiro de 2023, totalizando 13%.

Conforme o Setergs, com apenas parte do salários de agosto paga nesta sexta, ficou acordado, nas mediações, que o restante vai ser depositado em até 10 dias.

Os representantes das operadoras de transporte público metropolitano dizem que houve redução de 73% dos passageiros nos últimos 25 anos, sendo 45% deles de 2019 para 2020. Além disso, o sindicato relatou que os custos com mão de obra, combustível e outros insumos dispararam.

Reajuste pode passar de 19% 

A Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) sinalizou a necessidade de reajuste tarifário de 19,3%. O processo de revisão chegou ao Conselho Estadual do Transporte Metropolitano (CETM) nesta sexta-feira. Segundo o Setergs, a data do reposicionamento tarifário do serviço público essencial de transporte metropolitano de passageiros havia sido estipulada para 1º de junho.

“O sindicato entende que a conta não pode ser paga unicamente pelos usuários e reafirma a necessidade de contrapartida do Estado, com aporte que possa auxiliar no custeio do sistema”, completa uma nota assinada pelo Setergs e divulgada à imprensa.